Adversários em uma duríssima disputa eleitoral em 2008 pela Prefeitura de Cuiabá. Novamente rivais dois anos depois, dessa vez com o comando do Palácio Paiaguás em jogo. As arestas nuca aparadas impediram que Wilson Santos (PSDB) e Mauro Mendes (DEM) – então pelo PSB – subissem no mesmo palanque em 2016, em nova disputa eleitoral, desta vez disputada só pelo tucano. A áspera relação entre os dois caminha para um entendimento somente mais de uma década depois do primeiro embate. Mauro Mendes, agora governador, convida o hoje deputado de oposição Wilson Santos a migrar para a base. O que mudou de lá para cá?
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“Agora há pouco alguém brincou comigo ‘você maurou?’. Falei não, eu acho que o governador que ‘atucanou’, porque ele está fazendo aquilo que o PSDB sempre defendeu, que é um estado pequeno, um governo, aliás, uma máquina reduzida, gastar cada vez menos, para dentro, recuperar a capacidade de investimento próprio do estado, ter coragem para buscar parcerias e na verdade não é o Wilson que está ‘maurando’, é o Mauro que está ‘atucanando’”, respondeu Wilson Santos, na manhã desta quinta-feira (30), ao participar de debate entre governo e setores do comércio sobre as mudanças no recolhimento de ICMS impostas pela minirreforma tributária.
Wilson afirmou que Mauro Mendes o convidou para migrar para a base em 9 de janeiro e o chamado acabou sendo reforçado pelo secretário-chefe da casa Civil, Mauro Carvalho. O interesse em ter o tucano como aliado teria sido despertado pela defesa feira por Santos da reforma da Previdência, em votação realizada antes do recesso parlamentar da Assembleia Legislativa. “Eu estou avaliando de maneira responsável”, declarou o parlamentar, sobre a decisão ainda não tomada.
O convite chegou a levantar suspeitas na imprensa de que Mendes teria interesse de trazer Wilson para a liderança do governo na Assembleia Legislativa, atualmente ocupada por Dilmar Dal’ Bosco (DEM). Wilson foi líder combativo do governo Pedro Taques (PSDB) e negou a hipótese de retomar o posto, agora no governo democrata. “Não é verdade, até porque o deputado Dilmar desempenha com competência, com eficiência e não almejo isso. Não houve convite nenhum por parte do governador, nem do secretário Mauro Carvalho no tocante a liderança no parlamento. Houve convite para ajudar Mato Grosso e aí eu estou bem propenso”.
A confirmação da mudança de posição deve vir em breve. A principal preocupação de Wilson era com suas bases eleitorais, que já foram consultadas e sinalizaram positivamente ao convite do governo. “A base é simpática a esse apoio ao estado, me deu autonomia pra decidir e eu sempre fiz política com a minha companheirada, não cheguei onde cheguei nunca sozinho, devo à minha base satisfação, o empenho que me trouxe nove eleições, então essa é minha prática de decidir com a minha base. Reuni, estou ouvindo meus companheiros prefeitos, vice prefeitos, vereadores, lideranças, espero aí no mais tardar até meados de fevereiro anunciar nossa decisão”.
O deputado não esconde a satisfação de ter sido convidado a compor com o governo. “Estou muito confortável e até orgulhoso de ter recebido o convite de mais um governador para marchar em favor de MT. Tive a honra de ser secretário de estado do Dante [de Oliveira], fui secretário de estado do Pedro Taques e agora recebi o convite para compor a base de apoio do governador Mauro Mendes. Pra mim é uma honra, é um respeito a uma história de 30 anos de vida pública”.
