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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

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Ahmadinejad defende seu gabinete no Parlamento para combater "arrogantes"

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, defendeu neste domingo perante o Parlamento seu novo gabinete, que, segundo ele, foi pensado para reavivar a economia nacional e lutar no exterior contra os "arrogantes".


Sorridente e confiante, Ahmadinejad abriu neste domingo a sessão de voto de confiança com um discurso de quase uma hora, no qual recorreu a beligerâncias em relação ao exterior com populismo, frente à crise econômica interna.

"Estamos comprometidos com a promoção da Justiça, a preservação da dignidade nacional e o progresso, para fazer frente aos países que acossam", disse.

"Nossa política (externa) é destinada a prosseguir com o apoio aos povos oprimidos e confrontar os arrogantes. O Irã é partidário do diálogo construtivo com todos os países, menos com Israel", acrescentou.

Depois, em meio aos contínuos murmúrios de muitos dos deputados, o presidente pediu o apoio e a confiança da Câmara para poder combater "os inimigos estrangeiros".

"Confio em que o Parlamento aprove todos os ministros e que, com seu decisivo voto, ajude a espantar as esperanças daqueles que querem mal" ao Irã, concluiu.

No entanto, as previsões indicam que a Assembleia ignorará suas palavras e rejeitará vários indicados à pastas presidenciais.

Atacado pela oposição reformista, que considera sua reeleição fraudulenta, e criticado pelo conservadorismo moderado, o processo de voto de confiança aparece como um exame da capacidade de manobra do presidente.

Ahmadinejad já tentou, no final de julho, designar um de seus colaboradores mais próximos, Esfandiar Rahim Mashaie, como primeiro vice-presidente, decisão que gerou a oposição de grande parte dos moderados e de membros de seu anterior gabinete.

O presidente teve que ceder depois que até o líder supremo da Revolução, aiatolá Ali Khamenei, se opôs à indicação.

Quando, em 19 de agosto, Ahmadinejad revelou a composição de seu novo Executivo, desencadeou uma nova inundação de críticas, incluindo a do presidente do Parlamento, Ali Larijani.

Ahmadinejad propôs um gabinete renovado no qual há homens muito próximos à Guarda Revolucionária e cerca de dez nomes repetidos.

No sábado, o deputado Ahmad Tavakkoli voltou a prever que quase um terço dos indicados será rejeitado na quarta-feira, quando os deputados realizarem a votação.

Em declarações à agência de notícias "Ilna", o parlamentar conservador indicou como razão para a rejição a inexperiência em postos de gestão executiva.

A polêmica está em torno de alguns dos ministérios mais importantes, nos quais Ahmadinejad quer colocar estreitos colaboradores.

Entre eles, destaca-se a pasta do Petróleo, crucial na gestão do país, para a qual foi proposto o anterior ministro do Comércio, Massoud Mir-Kazemi.

Apesar de parte do setor ter lhe dado apoio, o Parlamento duvida da capacidade de Mir-Kazemi, devido a sua falta de experiência no ramo.

Ahmadinejad defendeu sua candidatura justificando que este ministério precisa de uma reorientação, e que Mir-Kazemi é o estrategista que pode dirigi-lo.

Neste domingo, insistiu na ideia, ao sugerir que a indústria petrolífera "precisa de uma segunda nacionalização" para poder ser autossuficiente.

Já na primeira legislatura, Ahmadinejad deparou com a resistência da Câmara, que rejeitou os três primeiros candidatos à pasta de Petróleo.

Existe também incerteza sobre a aprovação das três mulheres propostas para os ministérios de Bem-estar Social, Saúde e Educação.

Aparentemente, os grandes aiatolás, cuja opinião não é vinculativa, mas influente, expressaram suas dúvidas sobre a capacidade de gestão das indicadas.

Se forem aceitas, elas se transformariam nas primeiras mulheres a chegar à categoria de ministro na história da República Islâmica.

Segundo vários deputados, a aspirante à pasta da Saúde, Marzieh Vahid Dastjerdi, é a que conta com mais chances.

Outro foco de controvérsia é a figura de Kamran Daneshju, que foi o principal responsável do centro eleitoral nacional durante as polêmicas eleições de 12 de junho.

Proposto para o ministério da Educação Superior, Pesquisa e Tecnologia, a oposição denuncia que ele não credenciou seus títulos universitários.

Caso alguns ministros não consigam a confiança da Câmara, Ahmadinejad terá 15 dias para propor novos nomes.
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