Olhar Direto

Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

caos na saúde

Pronto Socorro de VG não vai suportar o fluxo de Cuiabá

“É loucura acreditar que vamos suportar o fluxo de Cuiabá”, ratificou o diretor em exercício do Hospital Pronto Socorro de Várzea Grande, João Santana Botelho, sobre o fato de pacientes de Cuiabá, em estado grave, serem encaminhados à unidade pública de pronto atendimento daquele município. A situação põe em risco vidas de pessoas que necessitam de cirurgias de urgência.


As transferências estão ocorrendo porque apenas um dos quatro cirurgiões que deveriam estar de plantão hoje (02) no Hospital Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC) está presente. O fato é uma conseqüência do pedido de demissão de 23 cirurgiões daquela unidade de pronto atendimento, acatado no inicio da tarde de ontem (01) pelo prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB).

Nesta manhã, apenas um cirurgião, de uma equipe normalmente composta por quatro, compareceu ao plantão no Pronto Socorro de Cuiabá. Osvanio Pimenta, médico demissionário em cumprimento do período de aviso prévio, ao perceber que estava sem ao menos um companheiro necessário para realizar cirurgias, dirigiu-se à Delegacia Metropolitana, onde registrou um Boletim de Ocorrência para apontar a inexistência de condições de trabalho e foi embora.

De acordo com Luiz Carlos Alvarenga, presidente do sindicato dos Médicos, dois dos plantonista de hoje são funcionários contratados que pediram demissão e em decorrência da espécie do vínculo não precisam cumprir aviso prévio. O outro médico ausente é um funcionário concursado, que já havia pedido afastamento.

"A prefeitura estava ciente de tudo isso. Deveriam ter se preparado para a situação. Eles não tem 800 médicos? Por que já não os realocaram e mandaram para lá?" Declarou Alvarenga. 

Para evitar uma situação mais grave, a direção do hospital orientou o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel Urbano) a encaminhar as vitimas graves ao Pronto Socorro de Várzea Grande, que já atende as vitimas do acidente entre um ônibus e um carro, na BR 070, próximo a Cáceres.

“Estamos com os boxes de emergência lotados com pacientes vindo de Cáceres. A capacidade física não vai aumentar de um dia para o outro. Nossa preocupação é que não vamos conseguir atender esse pacientes de Cuiabá”, afirmou João Botelho. “A situação aqui vai depender das ações da gestão de Cuiabá”, acrescentou.

Para o diretor do Pronto Socorro de Várzea Grande, é preciso que a gestão de Saúde de Cuiabá encontre rápido uma solução para o conflito com os médicos. “Quem sai perdendo com tudo isso é a população”, pontuou.

O presidente do Conselho Regional dos Médicos, Arlan Azevedo Ferreira, foi in loco conferir a situação do Pronto Socorro de Cuiabá e fez um apelo para que algum cirurgião prestasse serviço voluntário na unidade. Osvanio atendeu ao pedido e retornou ao hospital, mas deixou clara a impossibilidade de realizar operações de emergência. “Para isso é necessário ao menos mais um cirurgião. Sempre trabalhamos em dupla.”

De acordo com os demissionários do HPSMC, as condições de trabalho oferecidas são insuficientes para se exercer a medicina como se deve. Segundo eles, o secretário de Saúde da capital, Luiz Soares, instaura um regime “ditatorial e de terror”. Além disso, o secretário não se abre para o diálogo e negociações.

“Cansamos de trabalhar sem material, sem medicamento, sem condições algumas”, declarou Osvanio. “Não temos como fazer nem o mínimo pela população devido a falta de suporte”, finalizou.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet