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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Tucano critica Lula por manter urgência em projeto

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), criticou a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de manter o caráter de urgência para a tramitação dos projetos sobre o pré-sal mesmo após os apelos do PMDB. Ao manter a urgência, o presidente Lula, na avaliação do presidente tucano, "inviabiliza a ação do Congresso" e "agride a democracia".


"Foi uma orientação assumida, explícita para inviabilizar a ação do Congresso, num assunto para o qual não pode haver mais relevância, importância, necessidade de contraditório. O presidente, do alto do seu poder, das suas palavras e da sua liderança diz: 'Nada importa, importa é o meu desejo'. O desejo de um pequeno grupo que se reuniu por dois anos para produzir a lei que nós vamos ter menos de 90 dias para examinar aqui", reclamou o senador, em discurso no plenário.

"Não há maior lição de democracia. Mas quem agora agride a democracia é o presidente Lula e com a maior falta de cerimônia", acusou Guerra. Ele disse que o governo usa com o Congresso Nacional a mesma tática da "tropa de choque" apresentada no Conselho de Ética, onde um grupo de senadores da base aliada ao governo agiu para enterrar todas as ações apresentadas contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), por quebra de decoro parlamentar.

"O presidente (Lula), rigorosamente, já tomou a decisão: 'Para o Senado e para a Câmara, eu quero as normas do Conselho de Ética do Senado, quero que funcione como funcionou o Conselho de Ética.' Um pequeno grupo se junta ali, com mais votos do que o outro, e toma a decisão que bem entender, a chamada tropa de choque reciclada: agora, não mais para julgar alguns episódios e denúncias que foram feitas aqui; agora, para decidir o futuro do petróleo no Brasil e do pré-sal também", afirmou Sérgio Guerra.

Guerra acusou o governo de querer aprovar os projetos do marco regulatório do pré-sal em 90 dias (prazo dado pelo caráter de urgência na tramitação) para alavancar a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República.

"Rigorosamente, a candidata do presidente está em sérias dificuldades. Há uma discussão muito intensa que não fomos nós da oposição que inventamos de que ela não será candidata. E, se não será candidata, não for por causa da oposição, foi por causa dela, porque faltou com a verdade uma, duas ou três vezes; porque passou autoritarismo", acusou o senador.

Ele reclamou ainda da pecha de "privatizante" que o governo quer imprimir no discurso da oposição. Segundo o senador, o PSDB também defende a destinação do dinheiro da exploração do pré-sal a setores como saúde e educação. Guerra afirmou que ele, pessoalmente, é favorável à maior participação do Estado na Petrobras. "A oposição vai ser acusada de privatista, quando não o é. Eu, pessoalmente, defendo que o Estado aumente a sua participação no capital da Petrobras. Nada contra. Como somos privatizantes, se queremos que o Estado brasileiro seja ainda mais dono da Petrobras? Que privatizante é esse que tem uma atitude dessas?", questionou.
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