Autor do Projeto de Lei Complementar (PLC) 36, que isentava do pagamento da alíquota previdenciária os aposentados e pensionistas que recebem até o teto do INSS, o deputado Lúdio Cabral (PT) não escondeu o descontentamento e revolta com os colegas parlamentares, que, por 12 votos a 11, mantiveram o veto do governador Mauro Mendes (DEM) ao texto, durante sessão nesta quarta-feira (10). De acordo com o petista, a Assembleia Legislativa (ALMT) foi covarde e submissa ao Palácio Paiaguás.
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“Até o momento da votação, eu monitorei deputado por deputado e tínhamos, com segurança, 18 votos para derrubar o veto. Sinceramente fui surpreendido. Houve traição e covardia. Há muito lobo em pele de cordeiro dentro da Assembleia. Não me pronunciei no plenário para criar um ambiente que fosse favorável à derrubada do veto”, desabafou, logo após a sessão.
Lúdio lembra que a matéria foi aprovada em dezembro por unanimidade. Diz que o PLC é a oportunidade de o Legislativo corrigir uma “maldade” feita pelo Governo estadual com aposentados e pensionistas, que perderam renda a partir do momento que foram obrigados a pagar a alíquota de 14%. O petista ainda demonstrou desconfiança quanto ao cumprimento da promessa de que o Executivo irá enviar para a Assembleia uma proposta intermediária tratando da isenção aos servidores inativos.
“A caneta do Paiaguás falou mais alto, infelizmente. Deu mais uma demonstração de submissão às vontades do governador. Mais de 35 mil sacrificadas, pois são, no mínimo, 35% de perda na renda. O governo está sacrificando aposentados que tem doenças graves, que estão internados com doença terminal. A Assembleia tinha todas as condições de corrigir essa maldade e não teve coragem”, declarou.
Acreditando que o resultado seria diferente caso a votação de vetos não fosse sigilosa, o deputado reclamou da traição dos colegas de Parlamento. “Sentimento de decepção e tristeza. Vontade de abandonar esse Parlamento, pois foi covardia. Os votos estavam contados. Deputados se posicionaram. Teve gente que falou demais e fez pouco, gente que articulou a favor do governo com o discurso que estava defendendo os interesses dos servidores. Teve de tudo nessa votação vergonhosa”.
