O presidente da França, Nicolas Sarkozy, chega neste domingo ao Brasil para uma visita de menos de 24 horas. Ele será o convidado de honra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para as comemorações do Sete de Setembro amanhã, em Brasília. Porém, o objetivo principal da viagem é selar um acordo militar com o governo brasileiro avaliado em 8,5 bilhões de euros.
Sarkozy desembarca em Brasília às 19h30 acompanhado de uma comitiva formada por empresários franceses e parte de sua equipe de governo, o que inclui os ministros de Negócios Estrangeiros, Cultura e Comunicação, Defesa, Economia e Comércio Exterior, Imigração, entre outros.
Assim que chegar a Brasília, Sarkozy terá um jantar privado com o presidente Lula, previsto para as 20h30 no Palácio da Alvorada. Amanhã, a partir das 9h, o presidente francês assiste ao desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios.
Ao final das comemorações, Lula e Sarkozy se reunirão no Palácio da Alvorada, onde o presidente francês receberá a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul no grau Grande Colar, a mais alta condecoração do Estado brasileiro.
Após a homenagem, os dois presidentes terão um encontro particular e, depois, deverão assinar acordos bilaterais nas áreas de defesa, cooperação policial, imigração, transportes, agricultura e tecnologia, entre outras.
Após uma entrevista coletiva e um almoço com Lula, Sarkozy deve retornar diretamente a Paris ainda na segunda-feira.
O acordo mais importante dos que serão assinados durante a visita do presidente francês se refere à construção conjunta de um submarino de propulsão nuclear e outros quatro convencionais do modelo francês Scorpene, assim como do estaleiro onde serão fabricados os navios e de uma base naval de apoio.
O convênio também inclui 50 helicópteros de transporte franceses EC-725 para as Forças Armadas brasileiras, que serão fornecidos entre 2010 e 2016 por um consórcio formado pela brasileira Helibras e pela europeia Eurocopter, filial do grupo europeu EADS.
Segundo reportagem da Folha publicada neste domingo, será o maior e mais importante acordo militar de sua história recente para comprar submarinos, helicópteros.
Para concretizar a operação, o Senado brasileiro aprovou a contratação de empréstimos no valor de US$ 8,671 bilhões com um grupo de bancos europeus formado pelos franceses BNP Paribas, Société Générale, Calyon, Credit Industriel et Commercial e Natixis, junto com o espanhol Santander.
O Tesouro brasileiro financiará o resto desta operação, à qual o Ministério da Defesa deu caráter de 'estratégica', pois busca reforçar a vigilância na plataforma marítima do país, onde foram descobertas grandes reservas de petróleo e gás.
Também na área de defesa, a França está na expectativa diante de uma decisão para a compra de 36 caças-bombardeiros para a Força Aérea Brasileira.