Os lagartos tropicais das américas do Sul e Central e do Caribe correm sério risco de extinção devido ao aquecimento global, advertiu nesta quarta-feira um comunicado publicado na revista científica Proceedings of the Royal Society. As espécies de zonas tropicais parecem ter menor tolerância à variação climática do que outros répteis de regiões mais altas do planeta, afirmou Raymond Huey, professor de biologia da Universidade de Washington.

Segundo os especialistas, os lagartos menos tolerantes ao calor vivem nas latitudes baixas dos bosques tropicais. Durante mais de três décadas os cientistas recolheram dados sobre a sobrevivência da espécie.

Os lagartos são animais que regulam sua temperatura com o ambiente e uma variação de apenas poucos graus pode afetar em grande escala o seu rendimento físico, explicou o comunicado. Raymond Huey contou que desde 1970 a temperatura média nas florestas tropicais aumentou de 27°C para 28,6°C, levando em conta que uma elevação de mais 3,5°C pode ocorrer até o final deste século.

"Talvez não pareça muito, mas acreditamos que o gundlachi (espécie de lagarto tropical) receberá um duro impacto com o aumento de temperatura", afirmou. Além disso, o gundlachi poderá sofrer uma invasão do seu habitat por parte de outros répteis que ameaçarão sua sobrevivência, completou o professor.

A ameaça de extinção, segundo os especialistas, não se limita apenas aos lagartos tropicais, mas também a outros répteis que regulam a temperatura corporal com a do ambiente, como as serpentes ou insetos e aranhas que vivem nos trópicos.