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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Depoimento de brasileira acusada de matar filha na Itália é adiado

O interrogatório da jovem brasileira Simone Moreira, acusada de ter matado a filha, Giuliana Favaro, 2, foi adiado pela Procuradoria de Treviso, na Itália, para a próxima quarta-feira (9). O depoimento estava originalmente previsto para ocorrer nesta segunda-feira. Simone será interrogada no presídio de Belluno, cidade próxima de Treviso, no norte da Itália, onde está detida desde sábado passado (5).


Ela é acusada pela morte da filha, encontrada ainda viva nas águas do rio Monticano, na cidade de Oderzo, também próxima a Treviso, na noite de quarta-feira.

Giuliana morreu na última quinta, presumidamente de hipotermia, por ter passado diversas horas na água. O resultado da autópsia, que estabelecerá a causa exata da morte da menina, será divulgado na terça-feira pelo hospital de Oderzo.

Simone estaria sob o efeito de sedativos, em uma cela com outras três mulheres, segundo o advogado que a defende, Alvise Tommaseo Ponzetta. "Deixem eu sair daqui, quero pentear minha menina antes que a enterrem", teria pedido Simone ao seu advogado, segundo o jornal local "Il Gazzettino". A brasileira afirma que é inocente.

Ao falar com seu advogado no domingo, a jovem teria repetido que a morte da filha foi um acidente, como já havia dito em seu primeiro depoimento à policia, na noite de quarta-feira.

Simone teria afirmado que estava com sua filha no colo, quando a colocou no chão para ir buscar os sapatos no carro e ver se havia mensagens no celular. Quando voltou, Giuliana tinha desaparecido. Segundo Antonio Fojadelli, procurador da República em Treviso, cujo tribunal é responsável pelo caso, o depoimento de Simone apresentou contradições.

Na avaliação do magistrado, é difícil que Giuliana tenha chegado sozinha ao rio devido ao espaço muito pequeno entre as grades de proteção que cercam a área.

A ausência de feridas no corpo da menina também reforçaria a hipótese de que ela poderia ter sido jogada no rio, segundo a procuradoria.

Degraus

O advogado de Simone, no entanto, apresenta outra explicação para a morte. "Sou o primeiro a dizer que a menina não pode ter passado por ali [pelas grades de proteção do rio]. Simone nunca disse isso", disse Ponzetta ao jornal Il Gazzettino. "Fiz uma vistoria no local e vi que há ao menos um ponto, atrás da praça Rizzo, com três degraus", disse o advogado. "Através deles, a menina poderia ter chegado ao rio."

Na missa de domingo (6), na pequena cidade de Ponte de Piave, onde Simone Moreira mora, o padre pediu aos seus fiéis que não julguem o caso precipitadamente.

"Não julguem, mas estejam próximos de quem está sofrendo", disse o sacerdote dom Samuel durante a missa. "O diálogo é difícil com quem pensa que a própria verdade é a única."
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