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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Lula afirma que decisão sobre caças para FAB é política

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro nesta sexta-feira que será política a decisão final sobre a escolha dos caças para reequipar a Força Aérea Brasileira (FAB).



"A FAB, ela tem o conhecimento tecnológico para fazer a avaliação, ela vai fazer e eu preciso que ela faça. Agora, a decisão é política e estratégica e essa é do presidente da República e de ninguém mais", disse Lula a jornalistas, em Pernambuco.

"Temos muito tempo para discutir porque eu não tenho obrigação de decidir amanhã, depois de amanhã, o ano que vem. Eu decido quando eu quiser", concluiu.

A polêmica sobre o assunto ganhou corpo na segunda-feira depois que Lula anunciou junto com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, que o Brasil estava entrando em uma fase final de negociações para a compra dos caças franceses Rafale.

Naquele dia, entretanto, o governo não explicitou se a concorrência para a compra das aeronaves estava encerrada. Isso só ocorreu no dia seguinte, quando o Ministério da Defesa divulgou comunicado informando que o processo de escolha do novo caça da Força Aérea ainda não está concluído.

O Rafale, fabricado pela Dassault Aviation, está concorrendo com o F/A-18E/F Super Hornet da Boeing e com o Gripen da sueca Saab.

O Ministério da Defesa informou também nesta sexta-feira que as três empresas tem até 21 de setembro para apresentarem novas propostas melhoradas. No caso da Dassault, a companhia terá de formalizar junto à FAB as promessas feitas pelo presidente Sarkozy, segundo comunicado do ministério.

"Os compromissos que o presidente Sarkozy fez terão que se transformar em ofertas da própria Dassault", disse o ministro da Defesa, Nelson Jobim, acrescentando que "há uma decisão política do presidente da República de ampliar a sua aliança estratégica com a França".

Entre as melhorias prometidas pelo governo francês está a redução do preço pelos caças a valores comparáveis aos pagos pelas Forças Armadas da França, além de transferência de tecnologia, entre outros pontos.

Especialistas da área militar afirmam que a oferta francesa para o fornecimento do Rafale seria a mais cara entre as três concorrentes. Nenhuma das empresas envolvidas no processo revela valores, alegando questões de concorrência, mas uma fonte ligada ao gabinete de Sarkozy disse que a oferta francesa é de cerca de 5 bilhões de euros.

Lula acrescentou nesta sexta-feira que "a única coisa concreta" que tem até agora é a palavra de Sarkozy assegurando que as exigências do Brasil de transferência de tecnologia e de construir as aeronaves no país serão atendidas.

"O presidente Sarkozy até agora foi o único presidente que disse textualmente para mim que ele quer transferir não apenas tecnologia para o Brasil mas fazer o avião aqui e que o Brasil tem disponibilidade para vender o produzido aqui em toda a América Latina", destacou.

Mesmo assim, Lula ponderou que a concorrência continua.

"Se alguém quiser ofertar mais, que oferte. Negociação é assim."

A expectativa da FAB é concluir o processo de análise técnica até o fim de outubro, para que as informações sejam então repassadas ao presidente.

"Nós faremos a análise técnica. O governo irá analisar a parte política e estratégica", disse

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