O ministro do Trabalho francês, Xavier Darcos, convocou uma reunião com o presidente da France Telecom para discutir uma onda de suicídios na empresa, antes estatal e que detinha o monopólio no setor.
Os sindicatos relacionam os suicídios ao processo de reestruturação e à pressão no trabalho.
Os sindicatos pediram a intervenção do Estado após outro funcionário ter se matado na sexta-feira. Uma fonte no sindicato diz que a mulher de 32 anos se jogou de uma janela no quarto andar após uma reunião de trabalho.
A sua morte elevou o número de suicídios a 22 desde o início de 2008, segundo um site criado por sindicatos. Houve ainda 13 casos de tentativa de suicídio. O site informa, no entanto, que não há estatísticas oficiais para os casos, nem da companhia.
O encontro com o CEO Didier Lombard acontecerá no início da próxima semana, afirmou neste sábado o porta-voz do Ministério do Trabalho.
"O objetivo do encontro é avaliar tudo o que pode ser feito para remediar a onda de suicídios que está acontecendo na France Telecom", afirmou.
"Nós temos que ser cautelosos, mas ativos nesta questão."
O Estado francês ainda mantém 27 por cento do capital acionário da France Telecom depois que o grupo foi privatizado na década de 1990.
O diretor da área de recursos humanos da France Telecom disse a um jornal francês que ofereceu apoio psicológico aos colegas da mulher que se matou e que escreveu a médicos da empresa pedindo a eles que indiquem funcionários que estejam em uma "situação delicada".
Olivier Barberot disse ao Le Journal du Dimanche que o grupo teve que realizar mudanças profundas para passar de uma companhia de telefonia fixa para uma que também ofereça serviços móveis, Internet e conteúdo.
A France Telecom precisava mudar o seu sistema de apoio aos funcionários, mas era "inimaginável" parar o processo de reestruturação, de ganho de competitividade e de mudança tecnológica, acrescentou.
"Nosso resultados são comparáveis aos dos nosso competidores. Estamos em um setor no qual a tecnologia e os clientes exigem mudanças muito rápidas", afirmou Barberot.