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Sexta-feira, 17 de maio de 2024

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Viver a Vida

Jordânia substitui Índia como cenário de novela

Foto: Paulo Sampaio/Folha Imagem

Jordânia substitui Índia como cenário de novela
"Eu não vou disputar espaço com uma mula", diz a atriz Taís Araújo, em um pedregoso caminho nas montanhas de Petra, na Jordânia, usadas como locação para os primeiros capítulos da novela "Viver a Vida", de Manoel Carlos.


Para subir os 853 degraus que levam a um espetacular monastério erguido no século 2º, em meio a montanhas, desfiladeiros e cavernas, os atores, assim como os turistas, podem usar mulas como transporte. Quem prefere percorrer os cerca de 3 km a pé, como Taís, muitas vezes tem a impressão de que vai ser atropelado pelos animais e cair nos despenhadeiros, ainda mais porque há passagens muito estreitas.

São 260 km da capital, Amã, até Petra, que é um dos mais festejados sítios arqueológicos do mundo. Com seus incríveis monastérios, tumbas e edifícios entalhados há cerca de 2.000 anos em rochas, é o ponto alto da viagem. Em todo o caminho, a paisagem é árida, feita de montanhas de uma pedra chamada caliza, de coloração branco-sujo, que os jordanianos usam também para revestir as casas.

A grande maioria delas parece estar permanentemente em construção, com vigas e vergalhões à mostra, na laje da cobertura, à espera de um novo andar. Segundo o guia Mahmoud, aquilo é a base do apartamento do próximo filho a casar.

Parada no caminho em Jarash, uma das dez cidades fundadas na ocupação romana, no século 1º. Revelada em escavações feitas há cerca de 70 anos, Jarash é só monumentos: a imensa praça oval cercada de colunas, os teatros de arena, o hipódromo com capacidade para 15 mil espectadores, a rua calçada de pedras.

Faz um calor sufocante, sem sombras possíveis no descampado. Depois de um giro, o grupo de jornalistas convidados para conhecer o país entra em uma lojinha para turistas. Alguns compram "kaffyehs" para cobrir a cabeça à palestina e tirar fotos.

Perfume greco-romano

Conhecida como cidade esquecida, Petra foi abandonada ao povo local no século 12 e redescoberta em 1812 pelo explorador suíço Johann Ludwig Burckhardt.

A maior parte dos monumentos esculpidos nas rochas é obra dos nabateus, comerciantes nômades que deram um tempo de 6.000 anos ali, estenderam seus domínios até a Síria e perderam tudo para os romanos. Na ocasião, os invasores deram um tapa na arquitetura. Por isso, fica fácil entender o perfume greco-romano nos monumentos.

O primeiro passeio é pelo monastério, um edifício talhado na pedra rosada típica da região. O grupo dá uma parada em uma espécie de "frango assado" local, toma um refrigerante e olha demoradamente para a fachada do edifício. Em 20 minutos, chega-se à locação da novela. Um guia acompanha o grupo, até para ajudar na passagem de uma borda muito estreita entre uma enorme pedra e um precipício.

Thiago Lacerda, que vive um aventureiro chamado Bruno, diz: "Em 11 anos de carreira, foi o maior perrengue que passei para chegar a uma locação". "Silêncio, gravando!", grita o diretor, Jayme Monjardim.

Taís Araújo é a Helena da vez. Ela vive um romance com o cinquentão José Mayer e tem problemas com a filha dele, Luciana/Alinne Moraes. Helena foi modelo, Luciana quer ser.

Alinne, Thiago e Rodrigo Hilbert estão gravando.

A sonoplastia solta um baladão, e Luciana, dentro de um vestido verde-água que esvoaça na ventania, faz movimentos de alongamento com braços e pernas, tendo ao fundo um estonteante abismo de pedras.

De volta ao hotel, descanso até a hora do jantar, que vai ser no Petra Kitchen, restaurante onde os próprios turistas preparam o que vão comer, com a orientação de quatro chefs. Muito bom.

No outro dia, entrada na cidade antiga. Por cerca de 1 km, caminha-se em um desfiladeiro estreito e irregular, cercado por penhascos de 80 m, até que, no final, aparece o prédio do tesouro. Com cerca de 40 m de altura, o edifício é estupendo: foi construído no século 1º para abrigar a tumba do rei Nabateu. Todo mundo olha de boca aberta.

Mais um dia e a novela sobe às tumbas reais. O conjunto arquitetônico repleto de colunas, adornos e fendas entalhadas em paredões de rocha fica numa montanha que o destaca ainda mais na paisagem seca.

De prontidão o tempo inteiro, Mustafá, 33, foi contratado especialmente para segurar sombrinhas e proteger Taís Araújo e Alinne Moraes do sol. "A gente hidrata o rosto delas com baba de camelo", brinca o maquiador Fernando Torquato. A Jordânia é um dos cinco países menos abastecidos por água do mundo.

Grande oásis

A parte da viagem em companhia das estrelas globais termina em Petra. Eles voltam para o Brasil, o grupo segue para Aqaba, à beira do mar Vermelho. Depois de tanta poeira, o mar parece um grande oásis. No passeio de iate, o marinheiro informa que só pode navegar no pedaço da Jordânia: dali ele aponta Israel, Egito, Arábia Saudita, Sudão...

É incrível estar naquele meião. Todos mergulham na água geladíssima, almoçam no barco (caftas variadas, homus, salada e pão) e voltam para o hotel.

Agora, o grupo se prepara para uma noite rústica de acampamento no deserto de Wadi Rum. Camelos, cabanas, pôr do sol na areia, luz incrível, fotos.

A caminho, o motorista do jipe dá uma parada, e quem consegue sobe uma pirambeira de areia de cerca de 100 m que serve tanto para hipermalhar a panturrilha como para alcançar uma vista deslumbrante do deserto. Tudo parece minúsculo lá embaixo.

O jantar está enterrado na areia e faz parte da surpresa da noite: Habib escava até que aparece um panelão com ensopado de carneiros, frangos e pães quentinhos. Comemos em mesas cobertas com toalhas xadrezes vermelhas. Iluminados por lampiões, os anfitriões tocam música árabe e todos dançam.

Penúltima parada -e talvez a maior expectativa-, o mar Morto. Denso, ultrassalino, mal dá para mergulhar, muito menos para ficar: tudo queima. Em volta, nada parecido com o calçadão de um balneário onde se possa caminhar. Entre a via expressa e o mar, uma sequência de hotéis cinco estrelas para turistas. Confortável, curioso, dois dias ali são suficientes.

De volta a Amã, uma noite de sono e um dia de city tour. Mahmoud nos leva a uma colina onde está o incrível conjunto do templo de Hércules. Fotos. Desce todo mundo para o centro da cidade, caminha por uma série de ruas 25 de Março abarrotadas de gente, com lojinhas que vendem de joias a artigos domésticos.

Últimos momentos. Todo mundo puxa o ar, solta, descansa e se prepara para a volta: cinco horas até Frankfurt, na Alemanha, um dia inteiro de escala e mais 12h para chegar a Cumbica. Nem é tanto tempo, se comparado aos mais de 2.000 anos de civilização que, de algum modo, estão na bagagem.

PASSEIOS

Os ingressos para Petra custam: um dia: 21 dinares jordanianos (R$ 67,58); dois dias: 26 dinares jordanianos (R$ 83,61). Eles são vendidos diariamente, a partir das 7h.
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