Duas pesquisas de opinião apontam que o governo da Noruega foi reeleito por uma estrita margem nesta segunda-feira em uma eleição que foi marcada pelo debate sobre a forma de gerir a riqueza em petróleo do país e resolver problemas no sistema de bem-estar.

Se confirmada a vitória governista, seria a primeira vez que um governo da Noruega resiste a uma eleição desde desde 1993, três anos antes de o país instituir um fundo soberano para investir a riqueza de petróleo. O fundo, no valor de US$ 80 mil dólares por cidadão, alimentou as expectativas de melhorias rápidas nos serviços públicos, que pressionaram os governos desde então.

Uma pesquisa divulgada pela emissora nacional NRK mostrou que a coalizão aliança entre vermelhos e verdes liderada pelo primeiro-ministro trabalhista Jens Stoltenberg assegurou 85 assentos no Parlamento de 169 lugares. Juntos, os partidos de centro-direita conseguiriam 83 lugares e os comunistas elegeriam apenas um deputado na pesquisa Synovate, que ouviu 3.000 eleitores e teve uma margem de erro de 1,8 ponto percentual.

Outra pesquisa, da TNS Gallup, divulgada pela rede privada TV2 mostrou o bloco de Stoltenberg ganhando 87 cadeiras, contra 82 da oposição.. Os resultados oficiais devem sair ainda nesta segunda-feira.

Pesquisas divulgadas antes da votação mostraram que a coalizão governista corria o risco de perder o controle sobre o Legislativo, mas que o primeiro-ministro ainda poderia permanecer no poder com um governo de minoria porque a oposição não conseguira formar uma frente.

Seu principal adversário é superior Siv Jensen, o líder do populista Partido Progressista, de extrema-direita, que obteve apoio apelando para a redução dos altos impostos do país e por mais rigor nas regras de imigração.

Ele também quer usar mais da vasta riqueza oriunda do petróleo da Noruega, cuja maior parte está guardada para as gerações futuras em um fundo soberano avaliado em mais de US$ 400 bilhões.

Petróleo e gás explorado em plataformas Mar do Norte fizeram do país de 4,8 milhões de pessoas uma das nações mais ricas do mundo. Mas essa riqueza também representa um desafio para os governos, que devem equilibrar o risco de sobreaquecimento da economia doméstica em um país com um sistema de assistência pública que assiste aos cidadãos ao longo de toda a vida.

Depois de depositar o seu voto em Oslo, o desafiante Jensen culpou a coligação governista de Stoltenberg por estradas ruins, centros de asilo lotados e longas listas de espera para atendimentos não urgentes nos hospitais públicos.

"Ele não tem sido capaz de resolver as questões do bem-estar que ele prometeu resolver quatro anos atrás", disse o candidato oposicionista. "Isso é motivo suficiente para um novo governo."

No domingo, Stoltenberg disse que as propostas de Jensen eram "completamente erradas para a Noruega" e observou que o país tem sobrevivido à crise financeira relativamente incólume sob o seu governo. O desemprego está em 3%, uma das taxas mais baixas da Europa.