Milhares de pessoas ainda estão fora de suas casas no Rio Grande do Sul por causa das enchentes provocadas pelas chuvas da semana passada. Esta terça-feira, segundo dia consecutivo de sol, a Defesa Civil calculava que 2,7 mil moradores permaneciam desabrigados, recolhidos a ginásios de esportes, escolas, albergues públicos e salões paroquiais, enquanto outros 2,3 mil seguiam desalojados, morando temporariamente em casas de parentes e amigos. Desde o dia 7 de setembro, 16 municípios decretaram situação de emergência. Cachoeirinha, Estrela e Piratini entraram na lista durante o dia.
A situação é mais preocupante para os moradores de regiões baixas, para onde correm os principais rios do Estado. Na região metropolitana de Porto Alegre, a água continuou subindo a ameaçando os moradores das ilhas do delta da Jacuí e do lago Guaíba. Em Charqueadas, Eldorado do Sul e Porto Alegre, há pelo menos cem famílias desabrigadas e centenas que insistem em ficar em casa mesmo com a água ameaçando entrar. Em São Borja e Itaqui, o rio Uruguai subiu dez metros acima do leito e forçou dezenas de famílias a deixarem suas casas. Em São Leopoldo, a cheia do Rio dos Sinos deixou 60 desabrigados.
Em algumas cidades, os rios já baixaram. É o caso de São Sebastião do Caí e Lajeado, onde os moradores atingidos pelas enchentes do Caí e do Taquari no final de semana começaram a limpar suas casas. Duas rodovias estaduais seguem obstruídas por quedas de pedras ou buracos abertos pela água. Quem transita pela RS-129 entre Mariante e Bom Retiro e pela Rota do Sol, entre São Francisco de Paula e Terra de Areia, deve buscar desvios.
As previsões meteorológicas para o restante da semana preocupam os gaúchos. Um boletim da Defesa Civil indica que há perspectiva de pancadas de chuva, de moderadas a fortes, com possíveis trovoadas, rajadas de vento e queda de granizo em áreas isoladas do norte e noroeste do Estado. A Defesa Civil recomenda que a população dessas regiões evite as áreas alagáveis ou sob risco de deslizamentos.