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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Vice-ministro da Suécia diz que Brasil poderá comprar dois caças pelo preço de um

O vice-ministro de Defesa da Suécia, Hakan Jevrell, afirmou nesta quinta-feira que seu país "não está buscando compradores, mas parceiros" para o caça Gripen. A Suécia disputa a licitação do Brasil para a compra de 36 caças. Disputam a licitação ainda os norte-americanos e os franceses. O Brasil sinalizou preferência pelos franceses.


Segundo Jevrell, caso opte pela proposta sueca --que será apresentada, juntamente com as demais propostas no próximo dia 21-- o Brasil poderá comprar o dobro de aviões pelo preço de um, oferecido pelos concorrentes. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou a disputa entre os países pelos caças e disse que daqui a pouco o país conseguiria os caças "de graça".

Ao anunciar, no último Sete de Setembro, o início de negociações com a França, Lula citou o compromisso de transferência de tecnologia. A embaixada americana rebateu Lula e divulgou nota se comprometendo a transferir tecnologia ao país para fechar o contrato com os caças.

O vice-ministro garantiu que a Suécia e a Saab, empresa fabricante do caça Gripen NG, estão 100% comprometidas com a transferência de tecnologia para o Brasil. "Não buscamos um comprador. Buscamos uma parceria estratégica e cooperação de longo prazo para as futuras gerações do poder aéreo e do desenvolvimento industrial", disse.

"A Suécia pode oferecer um programa de desenvolvimento conjunto de uma aeronave, com a Embraer, que tem como principal característica a capacidade de se adaptar às necessidades específicas de cada usuário", afirmou.

O vice-ministro garantiu que a proposta que será apresentada ao governo brasileiro será muito atrativa. Segundo ele, o caça Gripen é o que apresenta menor custo por ciclo de vida. Além disso, segundo ele, "a Suécia oferecerá um financiamento bastante favorável ao Brasil", caso seu caça seja o escolhido.

Apesar da garantia de transferência de tecnologia, o Gripen não utiliza nem motor nem radar com tecnologia sueca. O motor é norte-americano e o radar é italiano.

"A grande vantagem para o Brasil seria a possibilidade de integrar constantemente novos sistemas ao caça. A filosofia sueca é de que a célula dure 40 anos. Para manter o caça como top de linha, é fundamental que utilize plataformas que comportem computadores cada vez mais rápidos e softwares sempre atualizados. Essa é a característica mais marcante do Gripen", explica o presidente da Saab no Brasil, Bengt Janér.

"Já a filosofia tradicional é de utilizar uma plataforma de 15 anos e, então, fazer uma atualização de meia-vida", acrescenta. Segundo Janér, os caças suecos estão constantemente atualizados porque mantêm a "massa crítica" funcionando. "Se você parar durante 15 anos, boa parte do pessoal que estava envolvido no projeto provavelmente não estará mais trabalhando. Nossa filosofia é de estar sempre mexendo para estar sempre com o produto atualizado", argumenta.

Ele cita, como exemplo, os radares atuais, que "são menos capazes dos que os que estão por vir," com varredura eletrônica e mais pesados em termos de softwares. "Nossa proposta permitirá ao Brasil estar com seus caças sempre atualizados e sem depender de apenas um fornecedor de equipamentos", garante o presidente da Saab no Brasil.

"O que queremos é, com o desenvolvimento de um projeto conjunto ente os dois países, dar ao Brasil a liberdade de fazer as modificações no futuro, com ou sem a Suécia", afirmou.

Além do Gripen, estão na disputa para oferecer aviões caças ao Brasil o F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, e o Rafale, da francesa Dassault.

Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil só vai tomar qualquer decisão sobre a compra dos caças depois de conhecer a proposta oficial francesa e saber quais as vantagens que ela representa para o país. Lula disse que não tem prazo para a definição e que a compra dos caças FX, que irão substituir os aviões Mirrage, não pode ser tratada como "chutômetro".

Porém, o governo brasileiro já demonstrou interesse pelos caças Rafale. Segundo o ministro Nelson Jobim, o encontro entre o presidente Lula e o presidente francês Nicolas Sarkozy, no dia 7 de setembro, o governo recebeu garantias da França de que a oferta seria de preços razoáveis e transferência de tecnologia.

O governo brasileiro estabeleceu que as empresas que participam das negociações têm até o dia 21 de setembro para apresentarem suas propostas. Até o final do mês, a FAB deve apresentar o relatório final e entregar um ranking com o primeiro, segundo e terceiro lugar.
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