A pecuária é o setor mais prejudicado com a crise financeira mundial e o presidente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Mario Cândia, declarou que pecuaristas já perderam a confiança nos frigoríficos e vivem uma situação delicada, devido a queda de capital de giro sem precedentes.

Em entrevista ao programa Chamada Geral, na Rádio Mega 95 FM, Cândia acredita que dimensão da crise é perigosa para este setor e defende que os governos Federal e Estadual têm que socorrer o setor por causa do alcance social do segmento.

“Em 14 plantas fechadas, já se demitiu 15 mil pessoas. A Embraer demitiu 4 mil pessoas e houve toda uma mobilização da mídia, dos sindicatos e do governo Federal. O setor automobilístico também demitiu e recebeu a isenção do IPI, mas para o setor do frigorífico não teve isso”, reclamou.

Só que Cândia enfatiza que não adianta apenas medidas paliativas, mas sim concretas. Para ele, o governo Federal tem que garantir o capital de giro para os frigoríficos para que possam conseguir linhas de financiamentos com os bancos. Com isso, os grupos podem pagar os pecuaristas a vista e fica devendo ao banco e não para o produtor.

Segundo Cândia, o setor pode perder R$ 30 milhões caso não seja tomada uma medida e o problema continue. Com relação a possível redução da estimativa no Estado, como ação emergencial de socorro ao setor, o presidente da Acrimat acredita que a medida será eficaz e já ajuda o setor a respirar.

Atualmente, a estimativa é de R$ 109 milhões por ano, mas que consequentemente já sofreu redução em função do fechamento dos frigoríficos.

Com relação ao governo Federal, Cândia diz que não defende ajuda para os frigoríficos que estão parados, para todo o setor em si. “É preciso ajudar os que estão atuando, para que possam continuar, e os que estão fechados, para que possam voltar”, declarou.