Um dos alvos da Operação ‘Desbloqueio’ da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira (15), o empresário Rafael Yonekubo, afirmou que o silêncio do presidente Jair Bolsonaro (PL) desde a derrota nas urnas significa que ele prepara “alguma coisa”. O empresário, que também foi derrotado nas urnas nas três eleições que participou, afirmou que o presidente atua “nas quatro linhas da Constituição”, mas usa estratégia militar ao manter seus planos em segredo.

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“Eu conheço o Bolsonaro há muito tempo, todo mundo reclamava que ele falava muito, não é? Principalmente vocês da imprensa, falavam que ele era bocudo demais. E o silêncio dele agora está incomodando três vezes mais”, disse Rafael na sede da Polícia Federal, onde foi para prestar depoimento na manhã desta quinta.

Segundo ele, o presidente não pode dizer nada, porque se não, “vão falar que está querendo dar golpe”. No entanto, ele estaria atento aos atos que os manifestantes têm feito contra o resultado das eleições que elegeram Lula (PT) próximo presidente do Brasil.

“Se ele não fosse tomar uma atitude ele tinha mandado a gente pra casa. Primeira coisa ele iria falar: 'gente, não tem o que eu fazer mais. Vai pra casa'. Essa parada dele estar quieto, e quando você vê que nem os assessores, aliados dele não sabem nada, isso aí é estrategicamente sem vazamento”, completou.

Além de Yonekubo, a advogada Analady Carneiro e o militar das Forças Armadas (aposentado) e caminhoneiro Adavilso Azevedo estão entre os alvos da operação da Polícia Federal que mira apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que participam e financiam atos antidemocráticos, como bloqueios de rodovias e protestos em quartéis.

Ao todo, são cumpridas 81 ordens de busca e apreensão, sendo 20 em Mato Grosso das quais cinco são em Cuiabá. A operação é uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e mira pessoas físicas e jurídicas identificadas pelas forças de segurança locais e federais. 

Os mandados são cumpridos nos estados do Acre (9), Amazonas (2), Rondônia (1), Mato Grosso (20), Mato Grosso do Sul (17), Paraná (16) e Santa Catarina (15), além do Distrito Federal (1).