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Quarta-feira, 08 de maio de 2024

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ONU cobra Uribe sobre suposta espionagem a enviados ao país

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navy Pillay, solicitou ao presidente colombiano, Álvaro Uribe, manifestar-se sobre suposta vigilância de agentes de inteligência do governo a diplomatas dessa agência na Colômbia.


Pillay enviou uma carta a Uribe em que solicita esclarecimentos, após denúncias de espionagem contra o então relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos e as liberdades fundamentais de dos povos indígenas, o mexicano Rodolfo Stavenhagen, durante sua visita à Colômbia em 2005.

O delegado da agência em Bogotá, o alemão Christian Salazar, denunciou a espionagem nesta sexta-feira, último dia de visita da relatora especial sobre a situação dos defensores dos direitos humanos das Nações Unidas, Margaret Sekaggya, e disse que outros funcionários internacionais também foram afetados.

Sekaggya disse nesta sexta-feira que ativistas de direitos humanos estão sendo perseguidos no país e são sujeitos a prisões arbitrárias por parte de agentes de segurança do governo. As vítimas também acusam guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e de outros grupos armados de cometerem abusos, disse ela.

O presidente da Colômbia, principal aliado de Washington na América do Sul, tem recebido críticas há bastante tempo pela frágil situação dos direitos humanos no país.

"Uma razão principal para a insegurança dos defensores dos direitos humanos está na sistemática estigmatização dos defensores por parte de membros do governo", disse Sekaggya a repórteres no fim de uma missão de inspeção de duas semanas no país.

"Os defensores dos direitos humanos são repetidamente acusados por membros do alto escalão do governo de serem ou contribuírem com terroristas ou guerrilheiros", acrescentou.

A perseguição, às vezes envolvendo formas ilegais de investigação, levou a "procedimentos criminais infundados", acrescentou.

A Colômbia há 45 anos vive um conflito com as Farc e outros grupos armados financiados pelo tráfico de cocaína. Uribe é bastante popular pelo ataque às guerrilhas, mas a violação aos direitos humanos continua sendo um problema sério.

Questionada se as Forças Armadas da Colômbia e agentes do departamento nacional de inteligência, conhecido como DAS, estavam envolvidos nas violações aos direitos humanos, Sekaggya disse que "as violações também são cometidas pelas agências de segurança."

Ex-juíza em Uganda, Sekaggya expressou preocupação com um escândalo envolvendo o DAS, que foi acusado de realizar escuta clandestina em agentes de direitos humanos, políticos, jornalistas e magistrados da Suprema Corte.

"Peço ao DAS que pare imediatamente", disse ela.

Uribe disse na quinta-feira que o DAS deveria ser desativado após várias polêmicas, sugerindo que a polícia nacional poderia assumir as responsabilidades do departamento de inteligência.

Democratas do Congresso norte-americano barraram um acordo de comércio com a Colômbia por considerarem que o governo de Uribe precisa ser mais ativo na proteção aos direitos humanos.
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