Sem fazer questão de integrar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas, a senadora Margareth Buzetti (PSD) avalia que o colegiado irá, inevitavelmente, servir de palco político. Segundo ela, os ataques do 8 de janeiro já estão sendo investigados pela Polícia Federal e Poder Judiciário, o que tornaria sem função uma nova investigação do Congresso.

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“Discutir se implanta ou não uma CPMI chega a ser desconcertante, pois quem deveria estar fazendo esse trabalho é a Polícia Federal e a Justiça; os senadores deveriam cuidar da legislação. Até hoje nunca vi nenhuma CPI ou CPMI que não tenha sido usada como palco político, todas são”, afirmou.

Nesta quarta-feira (26), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) leu o pedido de criação da CPI, criando a comissão que deve ser composta por 16 deputados e 16 senadores titulares, com duração de até seis meses.

Sobre o posicionamento do governo, que passou a apoiar a comissão a partir do momento que sua instalação se tornou inevitável, Buzetti pontuou que o Executivo sempre se mostrou interessado em esclarecer o ocorrido.

Neste sentido, disse ser pouco factível a teoria de que os ataques em Brasília teriam sido fomentados pelo próprio governo Lula (PT) – narrativa iniciada pela oposição, desde que integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) aparecem em imagens captadas pelo circuito interno de segurança do Palácio do Planalto, no momento em que invasores estão dentro do local.

Já em relação à montagem da CPMI, Buzetti, que está na cadeira do senador licenciado Carlos Faváro (PSD) – ministro da Agricultura -, afirma que há muita briga por espaço no Congresso e que não tem a vaidade de querer compor o colegiado.