A sequência de derrotas do Governo Federal no Congresso nas últimas semanas acendeu um alerta no Palácio do Planalto. Em meio às criticas sobre sua atuação, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira (8) que o presidente Lula (PT) determinou que haja conversas com partidos que comandam ministérios para debater os votos que as siglas têm entregado.

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Padilha falou com a imprensa após deixar uma reunião com Lula, na qual foi tratada a estratégia de diálogo com a Câmara e com o Senado. Na ocasião, o ministro citou como exemplo a posição da bancada do MDB na derrubada de um decreto do Governo Federal, na semana passada, que alterava o marco do saneamento básico.

Na votação no plenário da Câmara, apenas a liderança do Governo e das federações PT/PCdoB/PV e PSOL/Rede orientaram contra a derrubada do decreto. Os líderes do bloco União Brasil/PP/PSDB/Cidadania, dos partidos PL e Novo e das bancadas de oposição e minoria orientaram a favor. Já o bloco MDB/PSD/Republicanos/Podemos/PSC e a bancada da maioria liberaram o voto de seus membros.

"Ele [Lula] reforçou que essas reuniões têm que ser coordenadas e lideradas pela Secretaria de Relações Institucionais, junto com a Casa Civil, junto com os ministros de cada área. Devemos fazer a primeira reunião com os ministros do PSB e PSD, depois marcar com ministros do MDB na volta do líder do MDB da Câmara, e com os ministros do União Brasil. Fazer isso como uma rotina permanente", disse Padilha.

Metade da bancada de Mato Grosso na Câmara é do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e, portanto, oposição ferrenha ao atual Governo. A outra metade é composta por deputados do MDB e do União Brasil, mas somente Emanuelzinho e Juarez Costa, ambos do MDB, se comportam como base. Na votação que anulou o decreto de Lula sobre o marco legal do saneamento básico, nenhum parlamentar do Estado acompanhou a orientação governista.