O senador Mauro Carvalho (UNIÃO) engrossou o coro das lideranças que estiveram aliadas ao PL de Mato Grosso nas eleições do ano passado e que estão na bronca com as articulações promovidas pelo novo presidente da sigla, Ananias Filho, visando as eleições de 2024.

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Carvalho é personagem central desta trama. No ano passado, como parte de um acordo para que o governador Mauro Mendes (UNIÃO) fechasse seu palanque em apoio à reeleição de Wellington Fagundes (PL), o então secretário-chefe da Casa Civil foi indicado como 1º suplente na chapa do liberal.

Wellington saiu de licença há pouco mais de um mês, para tratar problemas de saúde. Nesse ínterim, Ananias Filho foi anunciado como seu substituto no comando do PL de Mato Grosso e de lá para cá vem colecionando polêmicas entre os aliados do senador, que permanece afastado de suas funções no Senado até meados de outubro.  

As investidas do PL, sob Ananias, têm sido apontadas como parte de uma estratégia da ala bolsonarista mais radical sobre lideranças com perfil mais moderado, como é o caso de Wellington.

Na semana passada, em conversa com o Olhar Direto, Ananias Filho negou o isolamento de Fagundes, mas assumiu que a sigla vive um novo momento, em todo o país, com objetivo de estabelecer o partido como a “casa da extrema-direita” brasileira.

O assunto, conforme apurou a reportagem, virou uma pauta espinhosa inclusive dentro da família de Wellington Fagundes. Ocorre que uma das pessoas incomodadas com o rumo que o PL está tomando é a deputada Janaina Riva (MDB), que é nora do senador e que chegou a dizer, nos últimos dias, que o partido está “cuspindo no prato que comeu”. Além disso, grande parte dos acordos que foram firmados para viabilizar a reeleição de Wellington foram assumidos por Diógenes Fagundes, marido de Janaina e uma das principais cabeças na campanha do pai.

Mauro Carvalho esteve com Wellington na última semana e deu uma resposta afiada quando questionado sobre a tensão que tomou conta do grupo.

“Eu acho que é no diálogo que vamos chegar à construção de um arco de aliança de sucesso para disputar os 141 municípios no ano que vem. Eu escutei o Ananias dizendo que o PL vai ser o protagonista, mas o protagonismo é do arco de alianças e não de um único partido. Todos os partidos dentro desse arco têm seu protagonismo, mas de forma coletiva e não individual. Nós vamos ouvir as lideranças locais e discutir o que for melhor para o grupo”, pontuou.