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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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MEC traça o perfil de quem quer ser professor

Com base nos dados do Enem, o brasileiro que pretende ser professor é mulher, estudante de escola pública, renda familiar de até dois salários mínimos, tem mãe que nunca estudou.

Com base nos dados do Enem, o brasileiro que pretende ser professor é mulher, estudante de escola pública, renda familiar de até dois salários mínimos, tem mãe que nunca estudou e tirou nota 20 no exame.


Uma das variáveis mais importantes para melhorar a qualidade da educação no Brasil - atrair os alunos mais talentosos para a carreira docente - está longe de ser realidade no Brasil. Pelo menos é o que revela um estudo do Ministério da Educação com base nos dados do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, sobre o perfil do brasileiro que pretender ser professor: mulher, estudante de escola pública, renda familiar de até dois salários mínimos, teve mãe que nunca estudou e nota abaixo de 20 no Enem (na escala de 0 a 100).

Para ratificar a importância de um professor com amplo conhecimento e múltiplas habilidades, o artigo "Quem quer ser professor no Brasil? O que o Enem nos diz", publicado no boletim bimestral "Na Medida", do Inep, cita um relatório da consultoria McKinsey e Company, de 2007, que indica que todos os dez países com as melhores notas no Programme for International Student Assessment (Pisa) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) selecionam os professores dentre os 30% melhores graduados.

O texto ressalta que "não é possível" responder exatamente se o Brasil consegue selecionar os melhores alunos para serem professores, já que seria necessário cruzar os resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) com as provas dos concursos de ingresso na carreira, mas uma análise do perfil dos potenciais candidatos ao magistério pode ser realizada a partir do questionário que acompanha o Enem que pergunta "Que profissão escolheu?".

O Inep destaca que a resposta não garante que a pessoa fará um curso de formação de professores e nem se será professor de fato, mas "é um importante indicativo de sua intenção e permite uma análise do perfil dos alunos atraídos para o magistério no País, incluindo a nota que eles obtêm no Exame".

Dentre os jovens de 17 a 20 anos que fizeram o Enem em 2007, apenas 5,2% escolheram a profissão de professor de ensino fundamental e médio. A maioria optou por Ciências Biológicas e Saúde (24%), seguida de Engenharias e Ciências Tecnológicas (20%) e Ciências Humanas (19,6%). Outros 25% não haviam escolhido um profissão.

Através de um modelo de "equação de probabilidades", a autarquia do MEC estima que um candidato tem, em média, 6,69% de probabilidade de escolher ser professor do ensino básico. O estudo também fez vários recortes, como gênero, se estudou em escola pública ou privada, a renda, a escolaridade da mãe, e também a nota do Enem. Neste quesito, por exemplo, os estudantes "com as piores notas têm probabilidade quase três vezes maior de escolherem a carreira do magistério do que aqueles com melhores notas".

Diante destes cálculos, o Inep conclui que "existem evidências de que a carreira do magistério não está conseguindo atrair os melhores candidatos" e que é "pouco provável que o País esteja selecionando os professores entre os melhores alunos".
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