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Segunda-feira, 20 de maio de 2024

Notícias | Carros & Motos

Automóveis de alto luxo têm na exclusividade um atrativo a mais

Entre os muito ricos, há aqueles que não querem apenas um carro de alto luxo ou um superesportivo. Um automóvel quase único, que somente uma pessoa ou um grupo muito restrito de milionários possua. É a exclusividade máxima do universo automobilístico. Nos países mais ricos, apenas alguns carros conseguem sustentar esse perfil. Veículos como o Koenigsegg CCXR, o Bugatti Veyron 16.4 Grand Sport e o Pagani Zonda Cinque Roadster, atualmente os três carros mais caros do mundo. Os preços beiram os R$ 4 milhões por lá. Mas são exemplares que não dão as caras por aqui. No Brasil, alguns outros poucos modelos à venda possuem status próximo.


Neste seletíssimo nicho, estão exemplares de marcas como Ferrari, Maserati, Porsche e Lamborghini. Mas, curiosamente, é a importadora Platinuss que oferece desde fevereiro o automóvel mais caro à venda no país: o Pagani Zonda F Clubsport. O superesportivo de alto luxo é equipado com um violento propulsor 7.3 litros V12 capaz de gerar 650 cv de potência. O preço é de R$ 3,85 milhões. "As pessoas que compram esse tipo de carro já experimentaram uma Lamborghini ou uma Ferrari e não vão comprar um modelo repetido. Eles têm dinheiro disponível e fazem questão de viver novas experiências", garante Hideki Oshiro, diretor da Platinuss.

Para as montadoras ou importadoras, como a Platinuss ou a Via Europa, importadora oficial da Ferrari e Maserati, vender pouco também tem suas vantagens. Isso porque quando o volume de vendas de um modelo é inferior a 100 unidades anuais, algumas etapas do processo de homologação - como os testes de ruídos sonoros e de emissão de poluentes - são dispensadas. E, com isso, ganha-se tempo e perde-se custo.

Em vez dos seis meses "normais", consegue-se legalizar um veículo em até quatro meses. Recentemente, a Receita Federal criou ainda uma nova modalidade, chamada internamente de "fast track". Se apenas duas unidades de um mesmo modelo forem importadas, o "ritual" de homologação é ainda mais breve. "Todo carro precisa ser homologado. Até mesmo um modelo único precisa da assinatura de um engenheiro", explica Thiago Lemes, gerente de produto da Audi Brasil.

É dessa nova modalidade que a Platinuss vai se valer para lançar no dia 3 de outubro o Spyker C8 Laviolette no Brasil. Apenas duas unidades virão para o país de avião diretamente da fábrica da marca, na Holanda. O preço será superior a R$ 1,5 milhão, próximo de modelos como as Ferrari 599 GTB Fiorano e 612 Scaglietti, vendidas por R$ 1,9 milhão.

"As pessoas que entendem de arte sabem que, comprando um carro desses, quanto mais o tempo passa, mais o modelo adquire valor. São raridades", filosofa Hideki Oshiro, da Platinuss. A Via Europa usa a mesma estratégia. "É um trabalho personalizado desde o primeiro contato com o cliente. Se a pessoa está fora de São Paulo, onde fica nossa revenda, vamos até a sua cidade com o carro para que esse cliente possa conhecê-lo", pontua Eduardo Alves, executivo de vendas do grupo.

E, mesmo entre os modelos mais "populares" do segmento, há um índice de exclusividade absurdo. O Audi R8 é um dos mais emblemáticos. O superesportivo equipado com o motor 4.2 V8 FSI de 428 cv é vendido por aqui desde o ano passado por R$ 555 mil. Apenas 25 unidades foram negociadas em 2008. Para este ano, a previsão é ainda menor: 20 emplacamentos.

Nas alemãs Mercedes-Benz, BMW e Porsche, o cenário é o mesmo em relação aos modelos "top". O cupê grande de luxo Mercedes CL 65 AMG, por exemplo, custa R$ 750.569. O Porsche 911 Turbo Cabriolet, sai por R$ 745 mil. E o BMW M6 tem preço de R$ 570 mil. São os modelos mais caros das marcas. Juntos, não somam as 20 unidades anuais do R8. "Nós não utilizamos marketing de massa, nem ações publicitárias de alta visibilidade. Temos estratégias, em geral, muito dirigidas com os clientes que podem utilizar nossos produtos e os que já utilizam", pondera Marcel Visconde, presidente da Sttutgart Sportcar, importadora oficial da Porsche. Num universo tão seleto, um grupo muito restrito de clientes faz mesmo todo sentido.

DE MÃO EM MÃO
Carros muito exclusivos, como um Pagani, um Bugatti ou um Rolls-Royce, não recebem tamanho status apenas pela potência dos motores ou o requinte do interior. São modelos produzidos de forma quase artesanal, por processos que praticamente dispensam robôs e são elaborados por artesãos. Mais que isso, em muitos casos, são carros com exemplares literalmente únicos, encomendados por clientes que fazem questão de um tecido específico, um tipo de couro ou madeira, ou mesmo uma preciosidade em algum detalhe.

Atualmente, o Pagani Zonda é considerado um dos carros mais exclusivos do planeta. Apenas 25 unidades são produzidas por ano na Itália, sendo uma diferente da outra na combinação de acabamentos. "Todos que olham de perto se encantam com o luxo da Pagani. É um outro paradigma de acabamento e de detalhes. Não por acaso, o único exemplar à venda no Brasil custa quase R$ 4 milhões", pontua Hideki Oshiro, diretor da Platinuss.

Mesmo modelos de marcas não tão exclusivas, como a Audi, sabem da importância de se oferecer um veículo com esse perfil. O superesportivo R8, por exemplo, tem um processo de produção quase artesanal. Um único exemplar leva de 7 a 12 dias para ficar pronto. Apenas três robôs auxiliam na tarefa. São 25 carros produzidos por dia. "Até os pontos de solda são feitos manualmente por funcionários. E a margem de erro tolerada na construção é de, no máximo, 1 milímetro. Até hoje, nunca se perdeu uma carroceria por erro", garante Thiago Lemos, gerente de produto da Audi. Por aí, se entende o porquê do R8 custar R$ 555 mil. (por Diogo de Oliveira)
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