No Brasil, os piratas já existem como "coletivo" (como eles gostam de falar) desde 2007, quando um fórum on-line sobre o assunto foi ao ar, permitindo o encontro de interessados. Hoje, o Partido Pirata tenta se oficializar para as eleições de 2012.
De acordo com o sociólogo Jorge Machado, membro do partido, já são mais de mil militantes em todo o país. No site (www.partido-pirata.org) --que traz os dizeres "sem copyright", ou seja, tudo o que está ali pode ser reproduzido--, os membros do partido publicam tudo o que foi discutido e decidido coletivamente. "É mais demorado, mas é mais democrático", diz o sociólogo.
Mas a oficialização do partido deve ter vários obstáculos. Segundo Jorge, o primeiro passo é registrar o partido. Isso será feito após a convenção nacional dos membros, que ocorre nos próximos meses. Feito isso, eles precisarão de 500 mil assinaturas, feitas com papel e caneta, pela lei atual.
Diante disso, Jorge diz que eles pensam em pedir ao Tribunal Eleitoral que as assinaturas sejam digitais --mas as decisões anteriores do tribunal nesse assunto não animam.
Além de tudo, o partido não quer ser visto como uma instituição partidária tradicional. Eles dizem não querer ser vistos como partido "burocrática, hierárquica e vertical", segundo o site.
Também existia o problema de a oficialização não ser um consenso entre os membros. Mas o sociólogo conta que uma "organização irmã" será fundada para dar voz aos que são contra esse movimento.
No Brasil, o partido tem diferenciais em relação ao resto do mundo, "porque não somos nenhuma Suécia". Jorge conta que além de defender questões como a transparência pública e o compartilhamento na internet sem fins comerciais, por aqui eles também pensam em inclusão digital.