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Domingo, 28 de abril de 2024

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Sintep reforça posição contrária às escolas militares e diz que banda da PM promoveu discurso de violência de gênero

Foto: Reprodução

Sintep reforça posição contrária às escolas militares e diz que banda da PM promoveu discurso de violência de gênero
O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) se manifestou contra a apresentação do Corpo Musical da Polícia Militar na Escola Estadual Militar Tiradentes, nesta semana. De acordo com a vice-presidente, Leliane Cristina Borges, a música apresentada desvaloriza a mulher e traz o discurso de violência de gênero. Ela ressaltou ainda como “ficou nítido” o tratamento dado para as escolas militares, diferenciadas das unidades civis.


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Como exemplo, Leliano lembrou do caso de afastamento da direção da Escola Estadual Dr. Artur Antunes Maciel, em Juína, diante de controvérsias relacionadas à palestra "Respeito à Diversidade" proferida aos estudantes da instituição. O fato ocorreu em setembro do ano passado, e a decisão partiu da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

“No momento que aconteceu uma formação que é de direito dentro da escola, falar sobre a diversidade, pois todos têm direito no espaço escola, então, a Secretaria julgou que seria inadequado trabalhar com a transversalidade, com a diversidade. Ela retirou a diretora trazendo prejuízos, adoecimento emocional e psicológico, enquanto nós temos os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), para trabalhar com as temáticas de diversidade sexual, cultural e de gênero. Ela foi punida e agora o dito alta patente da Escola Militar vai na mídia pedir desculpa, que não deveria fazer porque não acompanhou o roteiro”, falou Leliane, comparando com o ocorrido nesta semana.

Ela faz referência à nota enviada pelo comandante-geral da Polícia Militar, Alexandre Corrêa Mendes, que alegou ter sido pego de surpresa com o repertório.

“Ele disse não saber quais eram as músicas a serem tocadas, mas foi nítido que eles tinham consciência do que estavam fazendo e cantando, porque sabiam a música na ponta da língua”, apontou a educadora.

Além disso, em nome do sindicato, Leliane reforçou o cunho sexual na letra, que traz um discurso machista, de desvalorização da mulher, e como essa música foi levada para dentro das escolas, para cantar com alunos.

“Nós somos contrários à Polícia estar dentro das escolas, por não ter formação pedagógica, não ter formação em direitos humanos. A Polícia tem que estar nas ruas, repreendendo as drogas, para que não venham para dentro das escolas, coibindo assaltos, violência. Quando os próprios militares usam esse argumento apoiado pelo governo de que a escola precisa de organização, precisa sim, e as ruas de proteção”, disse.

“O Estado tem que dar proteção aos mato-grossenses e tem que dar proteção às pessoas que não estão dando. Estão tirando policial. Esse policial da reserva que às vezes saiu das ruas por 'n' motivos e hoje estão dentro das escolas e sem nenhuma formação de direito humano, sem nenhuma formação pedagógica para trabalhar com a juventude. Aí apresentam esse tipo de música que desvaloriza, desqualifica as mulheres, estão trazendo para o cenário, para dentro da escola a questão da violência de gênero”, complementou.

A educadora ressalta que essas apresentações não podem ser admitidas, principalmente no espaço escola, onde o pedagógico é dos professores e funcionários. Ela diz ainda que a Seduc deveria se posicionar contra a militarização das escolas.

“E isso só veio à tona porque foi gravado por alguém, que postou. Quantas coisas há indícios que acontecem, mas que não é postado, não é permitido, que é cortado a garganta de quem fala de forma virtual ou de forma direta ou indireta, não permitindo as reclamações. Então, a gente precisa acabar com esse silenciamento de violência de gênero dentro das escolas cívico militares”, finalizou.

Entenda o caso

Viralizou nas redes sociais um vídeo que mostra policiais do Corpo Musical da Polícia Militar cantando uma música de cunho sexual, na Escola Militar Tiradentes. A gravação tem sido criticado pelo fato de a canção ter trechos que dizem: “Que a filha é bandida, que faz sacanagem” e “putaria”. 

O fato ocorreu durante evento na unidade militar, que é conhecida por ter tradição disciplinar e por ser conservadora. Em grupos de troca de mensagens, o fato tem sido alvo de crítica.
 
Em nota, o coronel Mendes alega que foi pego de “surpresa” e afirmou que reprovou a conduta. Além disso, o chefe da corporação explicou que foi um pedido de um dos alunos. 
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