Acusada de ser "vitimista", Edna Sampaio (PT) foi a única a votar pela abertura de comissão processante contra o presidente da Câmara de Cuiabá, Chico 2000 (PL), na sessão desta quinta-feira (11). Autora do requerimento, a petista pediu a cassação do mandato do parlamentar, por suposta violência política de gênero.
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O pedido, lido na sessão de terça-feira (9), reúne mais de 100 assinaturas e tem como base a lei 14.192/2021, que considera violência política contra as mulheres toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir ou restringir seus direitos políticos.
Nas últimas semanas, Edna afirmou que o presidente da Casa utiliza as sessões para fazer ataques a ela, com reiteradas negativas de direito de resposta, ameaças, ofensas e alterações no tom de voz.
"Não existe em minha casa nenhum tipo de violência. Já sofri quando era criança e meu pai era um alcoólatra como, infelizmente, muitos pais de crianças negras e periféricas. Nessa Casa, tenho sido repetitivamente desrespeitada e esse pedido é apenas uma estratégia para deixar claro à sociedade cuiabana que eu não vou dançar essa música tocada pelo presidente Chico 2000, que vou denunciar essa música que está tocando e a dança que está fazendo", disse, durante sessão.
"Não vou me intimidar com a pessoa que tem a presidência dessa Casa, mas age como se não tivesse a responsabilidade. Violência contra a mulher é crime, não só no espaço da casa, no espaço da rua, mas também no espaço da política", acrescentou.
Os demais vereadores, no entanto, acusam a petista de agir de forma vitimista e pessoalizar as divergências em plenário.
“A todo momento a vereadora Edna Sampaio se vitimiza dentro dessa Casa. Quando levamos isso para o âmbito pessoal, fica extremamente desagradável. Devemos sair um pouco desse cenário de mídia, de vitimismo e cair na realidade. Essa Casa é séria, cada um chegou aqui com muita luta e representatividade”, disse o vereador Luiz Fernando, enaltecendo a seriedade e compromisso demonstrado por Chico.
A rivalidade entre Edna e Chico surgiu no ano passado, durante o processo disciplinar que a petista respondeu na Comissão de Ética, por quebra de decoro parlamentar pela apropriação indevida da verba indenizatória de sua ex-chefe de gabinete.
Durante a investigação, Edna acusou Chico de ser o responsável pela exoneração da então chefe de gabinete, que estava grávida. Após ser cassada e reverter a decisão de plenário na Justiça, a petista passou a acusar perseguição por parte do presidente e demais vereadores.
Veja como votaram
NÃO
Adevair Cabral (Solidariedade)
Cezinha Nascimento (União Brasil)
Chico 2000 (PL)
Demilson Nogueira (PP)
Dilemário Alencar (União Brasil)
Dr Luiz Fernando (União Brasil)
Eduardo Magalhães (Republicanos)
Felipe Corrêa (PL)
Jeferson Siqueira (PSD)
Lilo Pinheiro (PP)
Marcrean Santos (MDB)
Marcus Brito Júnior (PV)
Maysa Leão (Republicanos)
Michelle Alencar (União Brasil)
Paulo Henrique (MDB)
Prof Mário Nadaf (PV)
Renivaldo Nascimento (PSDB)
Rodrigo Arruda e Sá (PSDB)
Rogério Varanda (PSDB)
Sargento Joelson (PSB)
Sargento Vidal (MDB)
Wilson Kero Kero (PMB)
SIM
Edna Sampaio (PT)
AUSENTES
Didimo Vovo (PSB)
Kassio Coelho (Podemos)
