O MEC (Ministério da Educação) cancelou a prova do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio), que seria realizada neste fim de semana, após denúncia feita pelo jornal "O Estado de São Paulo". Há forte suspeita de que o conteúdo das provas tenha vazado.

Por telefone ao programa Bom Dia Brasil, o ministro da Educação, Fernando Haddad, confirmou que "uma prova, de fato, foi furtada" e não resta outra saída a não ser o cancelamento dos exames, que seriam prestados por mais de 4 milhões de pessoas em todos os Estados do país, no próximo final de semana. 

De acordo com informações dadas pelo MEC ao jornal, uma nova prova deve ser realizada no prazo de 45 dias. "Há fortes indícios de que houve vazamento, 99% de chance", afirmou o presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais), Reynaldo Fernandes, por volta da 1h, por telefone, para o Estadão..

Veja as informações sobre os inscritos no Enem 2009 

O  jornal foi procurado por dois homens que informaram ter recebido o material na segunda-feira (28) de um funcionário do Inep, órgão ligado ao MEC. Eles apresentaram a prova e pediram o pagamento de R$ 500 mil por ela.

Ainda de acordo com a reportagem do jornal paulista, funcionários da gráfica que imprimiu o Enem, em São Paulo, são os principais suspeitos do vazamento.

Neste ano o número de inscritos foi o maior registrado nas 11 edições do exame: 4.147.527. Destes, mais de 2,5 milhões já concluíram o ensino médio. Em Mato Grosso, 190.014 pessoas se inscreveram para a prova. Segundo o Inep, com base em dados do Censo Escolar da Educação Básica, já chega a 80% o índice de inscrição no exame entre os alunos que devem concluir a educação média neste ano.

Reformulado neste ano, o Enem será a única forma de seleção em 24 das 55 universidades federais. O exame é usado por federais também para substituir a primeira fase do vestibular, para compor a nota e nas vagas que sobrarem. Instituições como USP, UFMT, Unesp e Unicamp aceitam o Enem na composição da nota.