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Quarta-feira, 08 de maio de 2024

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impasse continua

Micheletti recua em ultimato ao Brasil e diz que renuncia se perder todo apoio

O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, manteve a cautela dos dias anteriores e voltou a recuar nas ameaças, desta vez, no ultimato que deu ao Brasil para que decidisse, em dez dias, o destino do presidente deposto Manuel Zelaya.

O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, manteve a cautela dos dias anteriores e voltou a recuar nas ameaças, desta vez, no ultimato que deu ao Brasil para que decidisse, em dez dias, o destino do presidente deposto Manuel Zelaya, que desde o dia 21 de setembro se refugia na Embaixada Brasileira em Tegucigalpa.


Na noite de domingo passado (27), o governo interino pediu ao Brasil que a embaixada brasileira não seja utilizada para estimular uma insurreição e deu um prazo de dez dias para a definição da condição de Zelaya --que acabaria na próxima quarta-feira (7). Em comunicado, o governo disse que, caso o ultimato não fosse respeitado, tomaria "medidas adicionais", sem especificar quais seriam.

Micheletti afirmou nesta quarta-feira que não tomará nenhuma medida adicional contra a embaixada brasileira quando o prazo acabar. "Nós não vamos fazer nada que quebre os acordos internacionais que temos", disse o presidente interino, que assumiu após o golpe que derrubou Zelaya, em 28 de junho passado.

O ultimato pedia ainda que o Brasil decidisse se daria asilo político ao líder deposto, o que abriria caminho para que ele deixasse o país, ou se o tiraria da embaixada para ser detido pelas autoridades hondurenhas e enfrentar na Justiça as acusações de corrupção e violação da Constituição.

"Eles podem ficar lá o quanto quiserem. Tudo que precisamos é que o Brasil garanta que sua missão [diplomática] não seja usada para campanha política", completou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia dito no próprio domingo que não cumpriria o ultimato e reiterou que as leis internacionais protegem a embaixada brasileira. Ele exigiu ainda desculpas de Micheletti. "O Brasil não irá tolerar um ultimato de um governo golpista", disse Lula a jornalistas depois de participar da reunião de cúpula América do Sul-África na ilha turística de Margarita, região caribenha da Venezuela.

Lula, que havia afirmado anteriormente que o presidente deposto poderia ficar na embaixada pelo tempo que quisesse, alertou novamente contra uma eventual invasão do local por tropas hondurenhas. "Se entrarem pela força, estarão cometendo um ato que rompe com as normas internacionais", acrescentou o presidente brasileiro.

Micheletti criticou ainda a declaração, na semana passada, do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) que se pronunciou contra os "atos de intimidação" do governo interino contra a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. A declaração foi feita em reunião realizada a pedido do Brasil.

"Quais atos de intimidação? Mantemos isolado [o lugar] de toda a população para que não haja absolutamente ninguém que possa chegar a agredi-los ou a insultá-los; eles estão trapara todo tipo de coisas, inclusive para transmitir mensagens". nquilos dentro", afirmou, e acrescentou que Zelaya está "usando a internet

Renúncia


Micheletti afirmou ainda que mantém um canal aberto para diálogo com Zelaya através de um enviado --oferta que já havia feito, embora vinculada ao reconhecimento das eleições presidenciais de 29 de novembro. Mas ressaltou que não vai aceitar, como exige Zelaya e a comunidade internacional, a restituição do líder deposto.

Em entrevista à agência Efe, Micheletti afirmou que, se perder o apoio das instituições do governo que o colocaram na liderança do governo interino após o golpe, ele imediatamente deixará o cargo.

"No momento em que a população, no momento no qual a Corte Suprema, no momento em que a Promotoria, no momento em que o Congresso diga que eu não devo seguir, eu imediatamente saco as fotografias que tenho aí e me vou para minha casa", afirmou Micheletti.

Ele afirmou ainda que que Zelaya deve se apresentar nos tribunais para responder por acusações de caráter econômico e político. "Se os tribunais o deixam em liberdade eu imediatamente saio daqui para que ele se instale", acrescentou.

O presidente interino criticou ainda as propostas "inauditas" para resolver a crise e assegurou que o estado de sítio em que se encontra o país não vai durar 45 dias.

"Eu fui posto como presidente e me responsabilizam por tudo", disse, acrescentando que alguns políticos que apoiaram o golpe estão se distanciando para "trazer água a seu moinho" perante as eleições de 29 de novembro.

Micheletti negou, contudo, que tenha perdido apoio entre a classe política. "Eles são os responsáveis por eu estar aqui, acaso não foram eles os que votaram no Congresso para que eu pudesse aceder a esta posição?", questionou.

Estado de sítio

O presidente afirmou ainda que o estado de sítio decretado no último domingo (27) e que restringe protestos públicos e suspende liberdade de expressão e de imprensa deve ser revogado nesta sexta-feira.

Ele justificou a medida, duramente criticada, dizendo que Zelaya "estava chamando à insurreição à guerra de guerrilhas, ao pleito, às armas, que se pode considerar um chamado de sedição em um país" e imediatamente assegurou que não vai durar 45 dias --"vão se restituir as garantias o mais em breve possível".

"Sexta-feira possivelmente chamamos ao Conselho de Ministros e entre todos decidiremos qual é a situação que vamos viver, a decisão será tomada na sexta-feira", anunciou menos de uma semana após ditar o decreto.

No entanto, Micheletti manteve que a decisão "em nenhum momento se fez precipitada" e que, segundo pesquisa do governo entre a população "87%, 90% diz que está conforme com o que passou".
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