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Domingo, 05 de maio de 2024

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Zelaya e Micheletti aceitam negociar solução para a crise, conclui missão brasileira

Após três dias em missão em Honduras, a comitiva parlamentar brasileira concluiu que tanto o presidente deposto, Manuel Zelaya, quanto o atual, Roberto Micheletti, estão dispostos a negociar uma alternativa para pôr fim à crise política que domina o país. Os parlamentares conversaram com representantes dos dois líderes, políticos, 15 integrantes da Suprema Corte hondurenha e ainda membros de associações de brasileiros e da sociedade civil do país.


“Não fomos a Honduras para substituir os negociadores, mas para preservar as garantias da embaixada brasileira e assegurar alguns direitos. Nossa missão foi cumprida com êxito”, afirmou o deputado Maurício Rands (PT-PE). Integraram ainda a comitiva brasileira os deputados federais Ivan Valente (P-SOL-SP), Raul Jungmann (PPS-PE), Bruno Araújo (PSDB-PE), Janete Pietá (PT-SP) e Cláudio Cajado (DEM-BA).

Os integrantes da comitiva, durante as conversas com as autoridades hondurenhas, defenderam a posição do governo brasileiro permitindo o uso de sua embaixada pelo grupo de Zelaya. Segundo Rands, na reunião na Suprema Corte, os parlamentares afirmaram que a deposição de Zelaya contrariou os princípios democráticos.

Os deputados farão um relato detalhado sobre a missão, realizada em Tegucigalpa, ao secretário-geral do Ministério de Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães, na quarta-feira (7). Antes, o grupo se reunirá com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).

Nos três dias que passaram em Tugucigalpa, os deputados federais mantiveram várias reuniões. Para Rands, uma das vitórias da missão parlamentar foi a garantia assegurada pelas autoridades sobre aspectos como a manutenção dos direitos de não violação da embaixada e o retorno dos serviços de comunicação, energia e água da representação brasileira.

Na conversa com Zelaya com os parlamentares, ele reiterou que sua disposição em retornar ao país e assumir o poder se deve a uma razão superior aos projetos pessoais. “O presidente Zelaya nos disse que não está lutando para ficar mais dois a três meses no poder, mas por um princípio popular, o do direito de um presidente eleito, para que não haja ameaças à consolidação de algo que não seja democrático na América Latina”, disse Rands.

De acordo com o deputado, o presidente interino, Roberto Micheletti, demonstrou disposição para negociar, desde que Zelaya renuncie. “A meu ver, os dois lados estão dispostos a buscar uma alternativa negociada. Agora é necessário encontrar essa alternativa”, afirmou Rands. Para ele, a posição do governo brasileiro foi “acertada e correta”. “O Brasil, por razões humanitárias, não poderia de deixar de receber Zelaya e seus seguidores.”

Desde 21 de setembro, Zelaya está refugiado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. Com ele estão mais cerca de 60 pessoas, que são seus correligionários. Zelaya foi derrubado em 28 de junho em um golpe organizado por integrantes do Congresso, da Suprema Corte e das Forças Armadas hondurenhas.

Zelaya tenta retornar à Presidência da República, mas Micheletti resiste à idéia. Hoje (5), O governo hondurenho revogou um decreto que restringia as liberdades civis. Autoridades estrangeiras e hondurenhas pressionavam pela revogação do decreto que suspendeu as liberdades de imprensa, associação e circulação.
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