O líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Elvino Bohn Gass, afirmou nesta quarta-feira que o conteúdo de documentos sigilosos que integram a ação de improbidade administrativa contra a governadora Yeda Crusius (PSDB) e outros integrantes do governo e da base aliada mostra "discrepância".
A ação foi movida pelo Ministério Público Federal, e Yeda é acusada de envolvimento no suposto esquema que desviou mais de R$ 40 milhões do Detran-RS.
Os deputados da oposição, que integram a comissão especial que analisa a admissibilidade do pedido de impeachment da governadora, pediram hoje à Justiça o acesso a novos documentos de 2007 e 2008. "O que foi avaliado até agora mostra discrepância. Os deputados estão preocupados e querem ter acesso a novos documentos", disse Gass.
O pedido de impeachment foi apresentado por sindicalistas ligados ao Fórum dos Servidores Públicos Estaduais do Rio Grande do Sul. A comissão vai analisar amanhã o caso, que segue, depois, para o plenário da Assembleia. No plenário, no entanto, só deve ser votado em 15 dias.
A relatora da comissão especial, deputada Zilá Breitenbach (PSDB), recomendou o arquivamento do processo. O entendimento consta no relatório publicado nesta terça-feira no "Diário Oficial" da Assembleia.
No relatório, a deputada concluiu que não está presente justa causa nos fatos examinados para autorizar a admissibilidade do pedido e instaurar um processo de crime de responsabilidade contra Yeda.
"Por todos os fatos examinados, a natureza do pedido e o exame autorizado dos mesmos, conclui-se que não está presente justa causa a autorizar a admissibilidade do pedido de instauração de processo por crime de responsabilidade contra a Governadora do Estado. Daí porque concluo, submetendo a esta comissão especial este entendimento, sobre a ausência das condições de admissibilidade do pedido formulado no processo, razão pela qual seja deliberada sua remessa ao arquivo deste Poder Legislativo", diz a deputada no relatório.