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Domingo, 19 de maio de 2024

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Cuba questiona Nobel de Obama e lembra continuidade de embargo

O vice-ministro do Açúcar de Cuba, Nelson Labrada, disse em entrevista coletiva nesta sexta-feira que o embargo americano ao país prejudica a indústria açucareira e questionou a entrega do Prêmio Nobel da Paz ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, dizendo não saber claramente "quais são as bases para a designação" do reconhecimento.


"Suponho que tenha a ver com o discurso", disse ele, lembrando que o governo Obama "mantém a presença no Iraque e aumenta as tropas e os mortos no Afeganistão".

"Deixo a avaliação final para pessoas mais capacitadas", observou o vice-ministro, reconhecendo, por outro lado, que "Obama significou uma mudança ou uma promessa de mudança".

Labrada recordou, porém, que o atual presidente americano decidiu recentemente prorrogar o embargo econômico imposto à ilha comunista desde 1962, quando o governo dos EUA reagiu à nacionalização de negócios americanos e à guinada do país para o comunismo. "Apesar do discurso de Obama sobre o bloqueio, [a medida] continua aí, não foi afrouxada nem um pouco, ao contrário."

Na opinião do funcionário, existe hoje "muito mais agressividade" na postura de Washington em relação a Havana.

A TV cubana, por sua vez, destacou o "mar de críticas" observadas na internet à entrega do Nobel a Obama, enfatizando que "o ceticismo e o estupor dos internautas ocultou as mensagens de congratulações".

"Os usuários se perguntam o que Obama fez para merecer tal distinção. Outros, em tom de zombaria, alegaram que a única coisa que fez foi substituir George W. Bush em sua cruzada bélica internacional", informou o noticiário cubano.

Havana também acusa os EUA de terem "recrudescido" o bloqueio econômico, comercial e financeiro sobre a indústria açucareira.

Segundo o vice-ministro do setor, o embargo encarece as despesas dessa indústria em 35%, e entre abril de 2008 e março de 2009 o prejuízo anual decorrente da medida subiu de US$ 100 milhões para US$ 127 milhões.

"Um pouco mais da metade [dos US$ 127 milhões] está associada à obrigação de buscar novos mercados de importação. Em vez de adquirir fertilizantes americanos, Cuba precisa comprá-los na Europa", disse Labrada.

Se não houvesse o embargo, argumentou, a estatal Tecnoazucar, responsável pela comercialização do produto em Cuba, triplicaria seu faturamento, que atualmente é de US$ 55 milhões.

Desde que chegou à Casa Branca, em janeiro, Obama implementou uma série de medidas que indicam uma possível distensão com respeito a Havana, entre elas a liberação de viagens e envios de remessas de cidadãos cubano-americanos que têm familiares na ilha.

Contudo, apesar da pressão internacional pelo fim do embargo, ele prorrogou a medida por mais um ano.
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