O Senado da Argentina avançou hoje em sua maratona de debates sobre uma nova lei de meios audiovisuais, proposta pelo Governo da presidente Cristina Fernández de Kirchner, em uma queda-de-braço com a oposição e grandes empresas jornalísticas que veem seus interesses afetados.
Nas primeiras horas de um debate que começou às 11h locais, senadores do governista Frente para a Vitória insistiram em que se trata de uma lei que termina com os monopólios midiáticos, enquanto a oposição reiterou a necessidade de mudar alguns artigos do projeto oficial.
A iniciativa, que substituirá a vigente desde a ditadura militar, vai receber "o apoio suficiente" para sua aprovação sem que seja necessário revisá-la na Câmara dos Deputados, assegurou hoje o chefe do grupo de legisladores governistas, Miguel Pichetto.
"Há entre 40 e 42 votos a favor para aprová-la em geral e entre 38 e 39" para o sinal verde a todos os seus artigos, explicou aos jornalistas no Senado, que tem 72 membros.
Vários senadores governistas se queixaram de ter recebido "pressões" da imprensa e acusaram a oposição de dar desculpas para demorar a aprovação da nova lei, em sintonia com os interesses de grandes conglomerados da mídia.
A oposição aposta em captar os votos de legisladores que aprovam a lei em geral, mas desejam mudar os artigos mais polêmicos do projeto já aprovado pela Câmara dos Deputados.
Os artigos em questão são os sobre a criação de uma autoridade de aplicação, encarregada de regular a imprensa, que, segundo a oposição, será controlada pelo Governo, e sobre o período que as empresas jornalísticas terão para se adequarem à nova lei.