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Sábado, 04 de maio de 2024

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Engenheiro testa projeto de conversão de motor flex para elétrico em um automóvel Gol

O engenheiro de computação Elifas Gurgel do Amaral, que foi um dos integrantes do grupo que desenvolveu a urna eletrônica, utilizada nas eleições brasileiras desde 1996, para a Justiça Eleitoral brasileira, já circula pelas ruas de Brasília com um veículo elétrico resultado da conversão de um carro originalmente acionado por motor flex. O resultado de sua nova pesquisa será apresentado no 6º Seminário e Exposição de Veículos Elétricos, que o INEE e a ABVE realizam no Espaço CPFL Cultura, em Campinas, interior de São Paulo, entre os dias 9 e 11 de novembro.


Se o engenheiro de computação Elifas Gurgel do Amaral fosse personagem de histórias em quadrinhos, ele bem poderia ser o professor Pardal. Sua mais nova pesquisa é a conversão de um automóvel Gol flex de Geração 4, modelo 2009, para elétrico, em teste, com o qual já passeia em pequenos deslocamentos pelas ruas de Brasília.

A pesquisa de Gurgel é um dos projetos que será apresentado no 6º Seminário e Exposição de Veículos Elétricos, que acontece no Espaço CPFL Cultura, em Campinas, interior de São Paulo, entre os dias 9 e 11 de novembro. O evento é organizado pelo INEE - Instituto Nacional de Eficiência Energética - e pela ABVE - Associação Brasileira do Veículo Elétrico -. O engenheiro será um dos integrantes da mesa redonda Barreiras ao desenvolvimento dos VEs no Brasil, no dia 11 de novembro, às 11h, que abordará a questão regulatória e os aspectos legais para a introdução desses veículos no país.

O projeto Gol Elétrico tem apoio do CPQT (Centro de Pesquisa e Qualificação Tecnológica), no Ceará, e apoio financeiro do BNB (Banco do Nordeste do Brasil S/A). Além de Elifas Gurgel, também o advogado Paulo Elifas e o mecânico Nollan., que tem larga experiência em desenvolvimento de veículos especiais, trabalham no projeto, além da ProInject, empresa de Brasília especializada em equipamentos eletrônicos automobilísticos.

Elifas Gurgel resolveu desenvolver o projeto por estar absolutamente convicto de que o carro elétrico é a solução para eliminar totalmente a poluição provocada pelos veículos movidos a combustível fóssil nas grandes cidades. Engenheiro da Computação formado pelo Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro, Gurgel já ocupou importantes cargos na administração pública, entre eles a presidência da Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações.

Coronel da Reserva do Exército, foi secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações e hoje oferece consultoria em tecnologia da informação em comunicação. Gurgel foi um dos integrantes do grupo que desenvolveu para a Justiça Eleitoral a urna eletrônica, utilizada nas eleições brasileiras desde 1996. A patente da invenção foi doada à Justiça Eleitoral.

Desafio
Agora, para provar a viabilidade dos veículos elétricos, Gurgel dedica-se, desde o ano passado, na conversão do carro flex para fazê-lo funcionar com motor elétrico e bateria. Para tanto, retirou os sistemas utilizados por motores a explosão - escapamento, arrefecimento, injeção, alimentação - e manteve apenas o sistema de transmissão. Aí, desenvolveu uma peça para acoplar o motor elétrico a esse sistema. Em julho, o Gol Elétrico ganhou as ruas de Brasília, onde Gurgel mora.

O engenheiro realiza os testes apenas em pequenos deslocamentos e em lugares controlados. O resultado, de acordo com ele, tem sido satisfatório, uma vez que ainda são utilizadas baterias inadequadas para esse tipo de veículo. As mais adequadas são as de íons de lítio, fabricadas com a mesma tecnologia que as empregadas nos telefones celulares.

Segundo ele, a bateria de íons de lítio tem autonomia para até 150 quilômetros e, em uma hora, tem recarregados 80% de sua capacidade. Por enquanto, para recarregar a bateria do Gol Elétrico são necessárias cerca de seis horas. Para tanto, basta plugar o carregador e esperar enquanto a bateria é abastecida com a energia elétrica por meio da tomada instalada na garagem do prédio onde Gurgel reside.

Benefícios
Na defesa dos veículos elétricos, Gurgel destaca a economia proporcionada - o consumo do VE chega a representar apenas 20% do consumo de um convencional (levando em conta que o preço do litro da gasolina em Brasília custa em média R$ 2,77 enquanto o valor do Kw/h é de R$ 0,32) - e os benefícios ao meio ambiente, já que, sem os motores a explosão, eles deixam de despejar na atmosfera os gases do efeito estufa e elimina ruídos. Além disso, outras formas de energia limpa, como a solar e a eólica, podem ser agregadas ao veículo elétrico.

"No carro elétrico, entre outras coisas, você não precisa de bomba de água, radiador e seus aditivos, alternador, bomba de combustível, sistema de escapamento, catalisador, certificação de emissões, mangueiras, distribuidor, cabo de velas, motor de arranque, trocar óleo, velas do motor, filtros de óleo do motor, de combustível e de ar, correia dentada e do alternador, regular as válvulas do motor, limpar o bico injetor e fazer regulagem do motor", enumera.

O passo a passo da conversão do Gol e mais informações sobre o projeto estão no site www.clubedocarroeletrico.com.br. Por meio desse site está sendo realizada uma pesquisa de opinião para verificar a aplicabilidade do carro elétrico no Brasil e conferir o comportamento do usuário. O resultado da pesquisa será apresentado no 6º Seminário de Veículos Elétricos, em Campinas.

Sobre o seminário
O seminário terá tradução simultânea português-inglês, pois contará com a presença de especialistas internacionais no setor de veículos elétricos, como o diretor executivo da Electric Mobility Canadá, Key Note Speaker, que falará sobre as ações da Associação Canadense de Veículos Elétricos, criada para promover o uso desses automóveis naquele país.

Para a discussão sobre a relação dos VEs e as concessionárias elétricas do Brasil foram convidados Paulo Cezar Tavares, vice-presidente de Gestão de Energia da CPFL Energia; Djalma Bastos de Morais, presidente da CEMIG; Carlos Alberto Affonso, diretor administrativo-financeiro da UTENF; José Luiz Alquéres, presidente da LIGHT; e Antonio Otelo Cardoso, diretor técnico executivo da Itaipu Binacional, e o presidente do Conselho Diretor da ABRADEE, Firmino Ferreira Sampaio, que coordenará o painel dedicado a esse tema.

Sobre a contribuição dos VEs para a redução das emissões urbanas e gases de efeito-estufa (painel Veículos elétricos: meio ambiente e responsabilidade social) deverão participar das discussões um dos fundadores da ABVE e seu primeiro presidente, Antonio Nunes Júnior; o chefe do Laboratório de Poluição Atmosférica e professor de Patologia da USP - Universidade de São Paulo, Paulo Hilário Nascimento Saldiva, e a diretora da ELETRA e da METRA, Maria Beatriz Setti Braga.

Sobre o tema Veículos elétricos e as montadoras brasileiras deverão participar dos debates o gerente do departamento de Indústria Pesada do BNDES, Paulo Castor de Castro; o diretor de Desenvolvimento da FIAT, Carlos Eugênio Fonseca Dutra; e o diretor de Planejamento da Mitsubishi Motors, Reinaldo Muratori. E, para as discussões sobre os "novos atores brasileiros" desse mercado foram convidados o gerente da ABDI - Agência Brasileira do Desenvolvimento Industrial, Roberto dos Reis Alvarez; o presidente da Tutto Trasporti, Agenor Boff; o gerente da WEG Automação, Valter Luiz Knihs; e o diretor executivo da Zeppini, Paulo Rogério Fernandes.

Sobre a exposição e o workshop
Instalada em um espaço de 524 metros quadrados, a exposição reunirá exemplos de veículos elétricos, bem como de componentes e serviços. A exposição será aberta ao público a partir das 12h do dia 9 de novembro.

O 1º Workshop de Tecnologias de Veículos Elétricos acontecerá dia 9 de novembro, das 8h às 18h. A abertura dos trabalhos reunirá o coordenador da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia - SETEC/MCT, Eduardo Soriano Lousada; o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa de Energética), Maurício Tolmasquim; o presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Junior; e o diretor geral do INEE e presidente do Conselho Diretor da ABVE, Jayme Buarque de Hollanda.

Durante todo o dia os profissionais discutirão questões do desenvolvimento tecnológico e as implicações dos veículos elétricos nas pesquisas e no ensino. Entre os temas estão os desafios para a política científico-tecnológica relacionada aos veículos elétricos, a acumulação de energia neste tipo de veículo e os motores e controles dos VEs.




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