Um tribunal da Espanha decidiu nesta terça-feira libertar um dos dois piratas somalis presos depois de terem sequestrado um barco com bandeira espanhola por suspeitar que ele tenha menos de 18 anos. O garoto foi um dos dois somalis presos logo após a captura do navio de pesca de atum Alakrana, no Oceano Índico, ocorrida em 2 de outubro passado. O navio ainda está sob domínio dos piratas. Há 36 reféns a bordo.

Os somalis foram capturados pela Marinha espanhola logo após o sequestro. Os piratas que permanecem a bordo dizem que não irão liberar o navio até que ambos os comparsas sejam soltos. O garoto solto nesta terça-feira foi colocado sob os cuidados do sistema judicial juvenil da Espanha, que pode até enviá-lo para um reformatório.

O somali não tem documentos. Logo que foi preso, exames médicos declararam que ele tem 19, mas novas provas baixaram a idade para 17. "Não há base para assegurar plenamente a maioridade penal", determinou o juiz Baltazar Garzón, autor da sentença.

"Soltar apenas um dos nossos amigos só vai piorar nossas relações com a Espanha", disse Hussein à agência Reuters, por telefone, de um bastião dos piratas, Haradheere. "Pedimos que eles libertem nosso outro amigo, ou nossas negociações irão fracassar e seus cidadãos ficarão cativos, como nosso colega."

Os piratas também exigem US$ 4 milhões (mais de R$ 7 milhões) para liberar o barco.
Outro navio, de bandeira chinesa, também está em poder de piratas somalis. O sequestro foi na segunda-feira (19), e os criminosos ameaçam matar os marinheiros chineses que estão a bordo. O governo chinês afirmou que enviará uma missão de resgate.