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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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contra Aids

Nobel de Medicina vê caminho promissor na mistura de vacinas

Os resultados da vacina tailandesa não resolvem em nada o nosso problema de saúde pública que é a epidemia de Aids, particularmente nos países do sul da África.

Os resultados da vacina tailandesa não resolvem em nada o nosso problema de saúde pública que é a epidemia de Aids, particularmente nos países do sul da África. Mas, pela primeira vez, temos resultados modestos, porém sólidos, na redução dos riscos"


A cientista Françoise Barré-Sinoussi que conquistou o prêmio Nobel de Medicina no ano passado com o colega Luc Montagnier, por terem descoberto o vírus da Aids em 1983 está otimista quanto à invenção de uma vacina que cure a doença.

Françoise é sub-coordenadora do Congresso Aids Vaccines 2009, que se encerrará em Paris nesta quinta-feira (22).

“Tem muita coisa em curso. Começamos a ter dados sobre as respostas imunitárias das células, e novas informações sobre a importância da carga viral do HIV no indivíduo”, disse Françoise ao G1 após uma coletiva de imprensa no evento. “O mais importante agora é não baixar a guarda. É preciso esperar os resultados, analisá-los corretamente e eventualmente ter de mudar as estratégias em função dos resultados obtidos.”

A eficácia da vacina tailandesa, mesmo que modesta, levanta novas questões e o nosso foco agora deve ser como as vacinas de prevenção podem agir em colaboração com as vacinas terapêuticas da Aids"

Como saída para o labirinto que é a busca de um produto químico capaz de conter um vírus tão mutante quanto o HIV, ela aposta na combinação de vacinas e na integração das pesquisas de vacinas terapêuticas (as de cura da doença) e preventivas. Na terça-feira, um grupo de pesquisadores americanos e tailandeses apresentou os resultados de uma nova vacina, com eficácia de 26% na prevenção da Aids, e que funciona baseada na utilização de dois produtos diferentes ao mesmo tempo.

“A eficácia da vacina tailandesa, mesmo que modesta, levanta novas questões e o nosso foco agora deve ser como as vacinas de prevenção podem agir em colaboração com as vacinas terapêuticas da Aids”, explicou a Nobel.

Já o coordenador do congresso, Jean-François Delfraissy, deu mais detalhes sobre os planos para o futuro e adiantou que devem surgir boas novidades no ano que vem. “As tendências agora são de se atacar os reservatórios virais do HIV no paciente. Devemos ter resultados importantes sobre isso a partir da metade de 2010, e também sobre um outro estudo de combinação de vacinas”, informou Delfraissy, que é diretor da prestigiada Agência Nacional de Pesquisas sobre a Aids e a Hepatite Viral, na França.

“Os resultados da vacina tailandesa não resolvem em nada o nosso problema de saúde pública que é a epidemia de Aids, particularmente nos países do sul da África. Mas, pela primeira vez, temos resultados modestos, porém sólidos, na redução dos riscos”, afirmou Delfraissy. “É um alívio, sobretudo porque tivemos um momento de melancolia depois que alguns estudos, sobre os quais nós depositávamos grandes expectativas, se mostraram falhos.”

Os cientistas deixaram claro que a prioridade das pesquisas é a cura, não a prevenção da Aids. Mas ressaltaram que agora elas podem caminhar juntas. “A grande questão agora é que há um ponto de partida para se conseguir fazer alguma coisa. Quando você não tem nenhuma luz, é muito difícil guiar um carro. Mas quando surge uma mínima iluminação, por menor que seja, você passa a ter um caminho. O sentimento agora é de que temos guias, e é claro que estou otimista com isso”, comentou Jacques Banchereau, diretor do Instituto Baylor de Pesquisas Imunológicas, de Dallas, nos Estados Unidos, e coautor de uma pesquisa sobre reconhecimentos do vírus HIV nos pacientes infectados.

Outros pesquisadores que apresentaram trabalhos destacados em vacinas terapêuticas durante o congresso foram:

•Michael Liu, da Universidade de Oxford (Inglaterra): estudo sobre por que é possível conter, com medicamentos, o avanço do vírus HIV apenas nas primeiras semanas de infecção;

•Mathias Lichterfeld, do Hospital-Geral de Massachusets (EUA): por que alguns pacientes resistem mais ao vírus e conseguem controlar os seus efeitos;

•Sylvie Le Gall, da Escola de Medicina de Harvard (EUA): a fragmentação do vírus HIV e a melhora das respostas imunitárias a partir das partículas;

•Dan Barouch, do Instituto Crucell (Holanda): a melhora da resposta imunitária a partir de estudos detalhados do sub-vírus Ad26
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