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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

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Colômbia transforma cocaleiros em promotores do turismo

Após anos dedicados ao plantio da folha de coca, matéria-prima da cocaína, dezenas de famílias aderiram a um programa governamental e se tornaram promotoras do turismo rural no Caribe colombiano.


Celso López, 53, é um dos beneficiados e não hesita em admitir que há algum tempo se dedicava a essa atividade ilícita.

Ele, como dezenas de famílias, realiza agora um promissor projeto de substituição de plantios ilegais nos limites do Parque Natural de Tayrona, de grande potencial turístico na Colômbia.

Há poucos anos, após uma investida oficial contra os cultivos ilícitos, essas famílias se acolheram em um plano de mudança de atividade.

Assim, começaram a promover o turismo rural dentro do programa governamental Famílias Guarda-Bosques de Ação Social.

Essa entidade dá na Colômbia assistência a deslocados e afetados pelo conflito armado que castiga há 40 anos o país, assim como a desabrigados por desastres naturais.

Com um sorriso franco, o agora empreendedor López explicou como após anos de crise econômica "intercalou" entre seus cafezais dois hectares de coca.

"Hoje posso dizer que faço mais pela paz da Colômbia, o oxigênio e a tranquilidade da minha família", conta López, responsável por uma pousada de cabanas camponesas perto da Sierra Nevada de Santa Marta.

As 118 famílias inseridas no programa começaram erradicando suas próprias plantações de coca e, desde então, cuidam do ambiente e economizam a metade dos fundos oferecidos pelo governo com o objetivo de comprar um prédio.

Assim, os antigos cocaleiros adquiriram o sítio San Rafael, de 354 hectares, onde ergueram cabanas turísticas cercadas por plantações de café, banana, cacau e frutíferos. Também colocaram tanques para a piscicultura.

"Estamos na Sierra Nevada de Santa Marta para proteger a água e o oxigênio das futuras gerações", explicou López, que acrescentou que seu novo ofício lhe permite viver "mais feliz e tranquilo", apesar de quase não ganhar o suficiente para se sustentar.

O projeto contribuiu para criar uma "nova camada social" e uma "mudança de vida" em centenas de pessoas, ressaltou López, que alterna sua atividade com a de guia turístico.

As cinco cabanas desse colombiano estão encravadas no meio de uma natureza exuberante, um rio cristalino ao lado de trilhas de pedra que levam a florestas tropicais de rica fauna, tudo a um passo do mar do Caribe.

Outros colombianos também afetados pelo conflito e o deslocamento forçado se dedicam agora à apicultura.

Um deles é Oscar Naranjo, proprietário de 20 colmeias em um sítio familiar em uma área rural da localidade de Bonda, vizinha a Santa Marta e Sierra Nevada.

Naranjo reza em algumas ocasiões para que não chova muito, mas também para que o verão não se prolongue.

"Qualquer extremo deixa as árvores sem flores, e sem flores não há mel", explicou o apicultor.

Ele, como López, mostra "felicidade e tranquilidade" com seu trabalho no campo, agora com atividades legais.
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