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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Governistas articulam votação de parecer que defende ingresso da Venezuela ao Mercosul

A base aliada governista no Senado vai tentar aprovar nesta quinta-feira na CRE (Comissão de Relações Exteriores) da Casa a adesão da Venezuela ao Mercosul. Nos bastidores, os governistas trabalham para rejeitar o parecer do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), relator da matéria, contrário à adesão da Venezuela no bloco econômico.


O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou parecer em separado à comissão no qual defende o ingresso do país no bloco econômico.

Os governistas trabalham para derrotar o parecer de Tasso, com a aprovação do texto de Jucá que negocia a aprovação de seu voto no plenário do Senado ainda nesta semana se for aprovado na comissão.

Dos 19 titulares da CRE, dez senadores da base governista já sinalizaram estar dispostos a aprovar o parecer de Jucá. Há integrantes da base, porém, que são contrários ao ingresso da Venezuela no Mercosul --como os senadores Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e João Ribeiro (PR-TO).

No parecer, Jucá rebate ponto a ponto os argumentos apresentados por Jereissati contra a adesão da Venezuela ao Mercosul. O líder do governo afirma, no texto, que o regime político do país vizinho, comandado por Hugo Chávez, não pode servir de impedimento para que o país ingresse no bloco econômico.

Jucá classifica de "miopia estratégica" da oposição o argumento de que, com Chávez no poder, a Venezuela poderia colocar em risco a democracia na América do Sul.

"Alguns argumentam que o Brasil não deveria permitir que Hugo Chávez ingresse no Mercosul e perturbe o funcionamento do bloco. Outros questionam se o atual regime político da Venezuela é compatível com o compromisso democrático do Mercosul. Quem está aderindo não é o atual governo venezuelano, mas sim a Venezuela, país vizinho com o qual o Brasil sempre manteve boas relações, hoje profundamente adensadas", afirma.

Segundo Jucá, a Venezuela poderá trazer benefícios econômicos para o Mercosul se tiver o seu ingresso no bloco econômico aprovado pelos senadores.

"A integração com a Venezuela permitiria o equacionamento das necessidades energéticas do Brasil, facilitaria o desenvolvimento da região amazônica, e criaria um corredor de exportação para o Caribe. Sob a ótica da Venezuela, a integração com o Brasil ensejaria a diversificação da sua estrutura produtiva, diminuindo a sua dependência econômica das exportações de petróleo e de parceiros tradicionais", afirma no parecer.

O líder governista rebate, ainda, o argumento de Tasso de que a Venezuela não respeitou prazos definidos pelo bloco para o seu ingresso no Mercosul.

Antes de votar o relatório de Tasso, a comissão pretende ouvir amanhã o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, opositor de Chávez, para discutir a entrada da Venezuela no Mercosul.
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