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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

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Após ataque que matou 155, Iraque pede investigação da ONU

Após o duplo atentado com carro-bomba que matou ao menos 155 pessoas neste domingo, o Iraque retomou o apelo por uma investigação da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o apoio de países estrangeiros a insurgentes que agem internamente. Os ataques --os piores a atingir o país em mais de dois anos--tiveram como alvo dois prédios do governo em Bagdá.


Para o ministro de Relações Exteriores, Hoshiyar Zebari, a ação deste domingo reforça a necessidade de a comunidade internacional ajudar o Iraque a se defender de ataques.

"As explosões deste domingo dão força ao apelo do Iraque à ONU para que envie um representante que avalie o grau de interferência contra a estabilidade do país", afirmou Zebari à rede de TV Al Arabiya.

"Eu acredito que isso deve ocorrer em breve, principalmente depois dos ataques, que confirmam que se trata de um tema vital. Nós precisamos da comunidade internacional".

O Iraque atribuiu a responsabilidade dos ataques contra o prédio do Ministério da Justiça e da Administração Provincial de Bagdá à rede terrorista Al Qaeda e a partidários do partido Baath, do ex-ditador Saddam Hussein. O governo iraquiano acusou a Síria de dar apoio aos membros do partido e estar por trás dos ataques. A Síria nega a acusação, dizendo que ela é "imoral".

Autoridades iraquianas também acusaram a Arábia Saudita de financiar insurgentes no Iraque. O Irã também é frequentemente acusado de armar e treinar milícias xiitas.

Tanto a Arábia Saudita quanto o Irã negam as acusações.

Pedido

Após 19 de agosto, quando ataques coordenados contra dois ministérios mataram mais de cem pessoas, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, pediu ao secretário-geral da ONU, Ban Ki moon, a criação de uma comissão internacional independente para analisar os ataques.

Ban enviou a carta de Maliki ao Conselho de Seguança, mas até agora não foram tomadas medidas. O documento não cita diretamente a Síria, mas diz que as explosões "aumentam o nível de crimes de genocídio e contra a humanidade, puníveis pela lei internacional".

O pedido iraquiano é similar ao feito pelo Líbano ao Conselho de Segurança em 2005, após o assassinato do ex-premiê Rafik al Hariri. O conselho lançou uma investigação e estabeleceu um tribunal na Holanda, mas ninguém foi indiciado pelo crime.

A porta-voz da ONU Michele Montas disse em Nova York que Ban estaria aguardando uma resposta do Conselho de Segurança, mas ainda não obteve retorno.

"O secretário-geral prefere aguardar até que ele tenha uma visão clara da posição do Conselho de Segurança"m afirmou a porta-voz.

Explosões

As duas explosões ocorreram com menos de um minuto de diferença. Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pela ação, mas explosões de carro-bomba são frequentemente utilizadas como tática de insurgentes sunitas contra o governo xiita.

Investigações preliminares sugerem que os veículos devem ter passado por postos de segurança antes de explodirem. Autoridades checam câmeras de segurança da área.

As explosões do domingo ocorreram em um momento politicamente delicado para o Iraque, uma vez que está em discussão uma reforma na Lei Eleitoral que regulará as eleições gerais convocadas inicialmente para 16 de janeiro do ano que vem.

O presidente dos EUA, disse que a tragédia foi "injustificável". "Esses atentados não servem a nenhum outro propósito a não ser o assassinato de homens, mulheres e crianças inocentes, e eles revelam apenas a agenda destrutiva e detestável de quem negaria ao povo iraquiano o futuro que ele merece", disse ele em um comunicado.
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