Ela se autodefine como "artista burlesca" o que, em outras palavras, é uma versão sofisticada das pin-ups norte-americanas. Mas não é só de corpete e saltos altíssimos que vive a stripper Dita Von Teese, 37.

"Existem alguns níveis. Eu não me visto assim todos os dias nem vou ao mercado desse jeito, por exemplo. Mas também não sou capaz de vestir um jeans quando ninguém está olhando. Nem tenho um jeans", disse a atriz à Folha Online.

Pessoalmente, Dita foge um tanto da imagem de mulher misteriosa que passa pelas fotos e em suas aparições na TV, fama acentuada quando lembramos que foi casada com o polêmico cantor Marilyn Manson. Com a pele branquíssima e os cabelos negros --que ressaltam seus olhos azuis-- a atriz fala com a voz baixa e delicada, mas não hesita em sorrir e gesticular enquanto conversa.

A atriz está no Brasil pela primeira vez para se apresentar em uma festa fechada organizada pelo licor Cointreau. Para promover a marca, ela tira a roupa nesta quarta-feira dentro de uma taça de martíni gigante.

No número, Dita fica nua e se banha dentro da taça, com água morna para não ficar com a pele vermelha. Os anos apresentando o número já deixam a atriz confortável durante as apresentações. "Felizmente, nunca aconteceu nenhum acidente. Mas já passei por situações que quase deixaram a apresentação, como quando a taça começou a deslizar porque estava em uma superfície úmida."

Apesar da sensualidade e do erotismo de seus shows, Dita garante que a maior parte do seu público é formada por mulheres. "Algumas até levam seus namorados", conta. A pose de mulher fatal é, segundo ela, uma tentativa de levar a mensagem de que "é normal ser diferente".

"Elas vêm todas aquelas modelos que, mesmo sem maquiagem, parecem perfeitas. Eu fujo desse estereótipo e acho que existem muitas mulheres que admiram esse estilo alternativo de sensualidade", afirma a atriz, acrescentando que é ela mesma quem cuida de seu cabelo e da maquiagem para os shows.

Ídolos brasileiros

Fã do escritor Paulo Coelho, Dita diz que planeja trabalhar junto com o brasileiro no próximo ano. "Ainda não sabemos o que será. Só queremos trabalhar juntos e acho que ele tem algumas ideias. Existem alguns paralelos entre as coisas que fazemos." A atriz costuma trocar elogios públicos com o autor por meio de seu Twitter.

"Ele coloca as coisas de um jeito que é fácil de entender. Ele escreve com o coração", analisa Dita, cujo livro favorito é "Onze Minutos".

Outra forte referência brasileira é Carmem Miranda. "Tenho todos os filmes dela e uns cinco livros que contam a história de sua vida. Pode parecer clichê, mas por causa dela fiquei muito feliz ao saber que viria ao Brasil."

Dita espera também poder voltar ao Brasil para fazer um show aberto. "Espero que minha vinda traga alguma exposição. Eu adoraria voltar e apresentar meu show inteiro, meus outros números além do da taça de martíni."