Olhar Direto

Domingo, 05 de maio de 2024

Notícias | Agronegócios

situação crítica

Um terço dos frigoríficos de MT com atividade suspensa

Levantamento da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) confirma que um terço das plantas dos frigoríficos instalados no eixo Centro-Sul e em território mato-grossense estão paralisadas ou desativadas, segundo apontam informações da Acrimat e do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agripecuária).


No levantamento, a Acrimat analisa a situação em que se encontram os pecuaristas das oito regiões-polo representativas do estado – Centro-Sul, Médio-Norte, Nordeste, Norte, Noroeste, Oeste, Sudeste e Arinos.
 
A constatação foi surpreendente e negativa, pois, segundo o Imea, 39 plantas frigoríficas registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF) instaladas em Mato Grosso, 11 estão sem abater desde o início deste ano.

“Hoje quase 30% dos frigoríficos estão fechados. O impacto disso na vida do produtor é grande, pois a pressão dos frigoríficos, principalmente dos oportunistas na hora da compra do boi, baixa o preço da arroba de forma significativa”, disse o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.

A capacidade de abate hoje em Mato Grosso, se todas as plantas estiverem funcionando, é de 37.816 mil cabeças/dia. Com o fechamento das 11 plantas, 23,69% dos frigoríficos, compromete o bate diário e 8.961 cabeças. A realidade é ainda mais dura quando os números revelam que a região Noroeste, composta por oito municípios e com mais de 2 milhões de cabeças de gado, o único frigorífico instalado, do grupo Independência, está fechado.

“Os pecuaristas da região Noroeste estão abatendo seu gado nos municípios de Sinop e Juara, e isso compromete a competitividade de seu gado”, disse o superintendente da Acrimat.

Outra região com quase 60% da capacidade de abate comprometida é a Nordeste, composta de 22 municípios e mais de 6 milhões de bois. Nessa região estão instalados seis frigoríficos, sendo que quatro fechados. Do grupo Independência as plantas das cidades de Confresa (1.200 cab./dia), Nova Xavantina (1.200 cab./dia), Juína (500 cab./dia) e Arantes de Canarana (440 cab./dia) estão fechadas.

Estão funcionando apenas o grupo Bertim em Água Boa, com capacidade de abate diária de 500 cabeças e a do Quatro Marcos em Vila Rica, arrendado pelo JBS/Friboi, com capacidade de abate de 1.415 cabeças. “Os frigoríficos estão fazendo muita pressão. Enquanto a arroba está sendo comercializada a R$ 68,00 em outras regiões, os frigoríficos aqui estão pagando apenas R$ 65,00 e já avisaram que esse preço vai baixar ainda mais. A oferta é maior que a demanda e os pecuaristas estão perdendo muito dinheiro”, disse o presidente do Sindicato Rural de Água Boa, Laércio Fassoni.

A situação da região Noroeste chegou nesse ponto depois que o benefício da redução de ICMS de 7% para 3,5% nas operações relativas às saídas interestaduais de gado em pé destinado para abate não foi mais prorrogado pela Secretaria de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz-MT). “A redução do ICMS foi concedida de abril a setembro e aumentou a comercialização na região Noroeste em quase 400%.

O impacto econômico foi muito grande e a justificativa para a Acrimat ter solicitado a redução do ICMS foi justamente tornar mais competitivo o mercado do boi, não deixando o pecuarista nas mãos dos frigoríficos”, disse Luciano Vacari. Para Laércio Fassoni, “seria muito importante que a redução do ICMS retornasse, pois empresas de são Paulo e Goiás deixaram de comprar o nosso gado depois que esse incentivo acabou”.

Na região Médio-Norte, composta por 16 municípios e com mais de 1,2 milhão de cabeças de gado, 41,74% do abate está comprometido. O Oeste de Mato Grosso, com 22 municípios e quase 4 milhões de bois, não pode contar com 36,52 da capacidade de abate.

A região Norte, com 17 municípios e um rebanho de 4,4 milhões de cabeças, conta com 9 frigoríficos, sendo que os frigoríficos do Arantes da cidade de Nova Monte Verde do Norte e do Quatro Marcos em Colíder, que abatem 2.141 cabeças diariamente, estão fechados, comprometendo quase 30% da capacidade da região.

A região Centro-Sul, com 23 municípios e 3,8 milhões de cabeças, conta com oito frigoríficos, sendo que apenas a planta do JBA de Cáceres, com capacidade de 600 cabeças/dia, entrou em férias coletivas no início do mês outubro e ficará parada até o dia 26 de novembro. A região Sudeste está com 3,97% do abate comprometido, onde dos sete frigoríficos apenas o Margen, de Barra do Garças, que abatia 300 boi por dia, está fechado, em recuperação judicial. A região do Arinos, composta por quatro municípios, não vive esse problema, pois conta com dois frigoríficos em pleno funcionamento, com capacidade de abater 1.245 cabeças/dia.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet