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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Quase 1 ano após vitória, entusiasmo com Obama vira realismo

Perto do primeiro aniversário de sua vitória nas eleições presidenciais nos Estados Unidos, em 4 de novembro de 2008, o entusiasmo gerado pelo primeiro presidente negro do país, Barack Obama, deu espaço à realidade de governar.


Parte deste realismo inclui a própria comemoração do aniversário: a Casa Branca não tem previsto nenhum ato especial e Obama passará a data em uma visita a Wisconsin, um dos Estados que venceu naquelas eleições, para fazer um discurso sobre educação.

Em parte, a ausência de festa é porque o presidente deve anunciar a qualquer momento os resultados de seu replanejamento da estratégia para o Afeganistão, e se envia mais reforços para uma guerra cada vez mais complicada.

Também é devido ao desgaste sofrido em sua popularidade ao longo dos primeiros dez meses de mandato.

As pesquisas indicam que, atualmente, a aceitação a Obama está em torno de 55%, um número mais que aceitável, mas muito longe dos mais de 70% após sua posse, em janeiro.

Após a esperança gerada por um candidato que rompia os moldes raciais e com uma retórica inspiradora, chegou a realidade de uma economia em crise, duas guerras abertas e problemas no Congresso para aprovar as medidas defendidas pelo Governo.

Obama chegou à Casa Branca com uma grande energia e logo nos primeiros dias anunciou o fechamento da prisão de Guantánamo, um plano de estímulo econômico e seu compromisso de conseguir a paz no Oriente Médio.

Até o momento, tornar realidade essas promessas se mostrou mais complicado do que o presidente imaginou.

O fechamento de Guantánamo até janeiro de 2010, como tinha ordenado, parece praticamente impossível. A administração americana ainda não determinou o que fazer com a maioria dos presos.

Apesar de sua intervenção pessoal em reunião em Nova York, em setembro, com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, a reabertura de negociações no Oriente Médio parece tão distante quanto antes.

A guerra no Afeganistão se intensificou, apesar de já ter sido anunciada uma nova estratégia em março. No Iraque, Obama anunciou a saída das tropas de combate até agosto de 2010, e do resto para o final de 2011, mas o que parecia uma estabilização gradual foi atingida pelos atentados dos últimos dias.

O grande êxito internacional de Obama, até o momento, foi a negociação de um tratado de redução de armas nucleares com a Rússia, que Washington espera poder concluir até dezembro.

Obama quer fazer deste tratado um dos exemplos de sua proposta para um mundo sem armas nucleares, uma das razões pelas quais ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2009.

Assim como no âmbito internacional, no terreno doméstico, o presidente americano também teve que diminuir suas expectativas.

A crise econômica perdura, apesar das medidas adotadas por seu governo, especialmente o plano de estímulo econômico aprovado em fevereiro e com valor de US$ 787 bilhões. A taxa de desemprego está em cerca de 10% e a Casa Branca admite que ainda a recuperação só chegará após vários trimestres.

No entanto, a economia começa a dar sinais de recuperação e o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,5% no último trimestre, o maior aumento em dois anos.

A grande aposta legislativa do presidente, a reforma do sistema de saúde, talvez o assunto que mais pesou na queda da popularidade de Obama, demora a decolar.

Após meses de debates e de críticas mútuas entre democratas e republicanos, ainda fica por decidir se o sistema que finalmente será aprovado incluirá uma opção pública para competir com as seguradoras privadas. A Casa Branca definiu como objetivo conseguir que a medida vá adiante antes do fim do ano.

Pelo caminho, tiveram que ficar para o próximo ano outros assuntos da agenda presidencial, como uma lei sobre a mudança climática e a reforma migratória, que altos funcionários da Casa Branca afirmam que será uma das grandes prioridades de 2010.

Por enquanto, Obama pôde comprovar que seu otimista lema de campanha "yes, we can" (sim, nós podemos), na hora da verdade, se transforma em "yes, maybe" (sim, talvez).
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