Jovens líderes palestinos não demonstraram nenhuma pressa nesta sexta-feira em assumir o lugar do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, 74, um dia depois de ele ter dito que não irá se candidatar à reeleição em janeiro que vem.

Deixando claro que o partido de Abbas, o Fatah, não está interessado, até o momento, em levar as palavras dele ao pé da letra, nenhum dos homens vistos como sucessores em potencial anunciou sua intenção de entrar na disputa.

Israel e os Estados Unidos foram também cautelosos ao não assumirem a decisão dele como irrevogável. Eles confiam em Abbas como seu parceiro no âmbito diplomático para um acordo de paz no Oriente Médio.

Um diplomata europeu de alto escalão, que acompanha de perto o processo de paz, disse que o importante não é a provável estratégia do líder de forjar uma saída, mas a mensagem dada pela iniciativa. "Não vejo isso como um testamento político, mas como um convite, algo como "poderá ser sua última chance'", disse.

Em seu pronunciamento aos palestinos, Abbas expressou nesta quinta-feira desapontamento com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por "favorecer" Israel nos argumentos sobre o relançamento dos diálogos de paz e disse que a sua decisão de não disputar a Presidência não é uma tática de negociação.

Abbas afirmou ter dito aos outros líderes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) que não tem "nenhum desejo de concorrer na próxima eleição" para presidente da ANP, em 24 de janeiro.

Sua saída agora poderia jogar água fria nos preparativos já cambaleantes de um "processo de paz", que está estancado. Mas, em um momento no qual os palestinos estão profundamente divididos entre o Fatah e o movimento radical islâmico Hamas, que governa a faixa e Gaza, alguns analistas duvidam que a eleição ocorra em janeiro.