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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Requião manda cortar ponto de servidores por protesto

Irritado com a manifestação de um grupo de funcionários da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), mandou cortar-lhes o ponto. Os servidores pediam a distribuição de lucros de 2008 da empresa. "Vejo que tem aí fora um grupo de desocupados fazendo manifestação, não aceito manifestação. Como determinei pagamento linear dos lucros, eu determino à Sanepar que corte o ponto de todos esses desocupados."


A manifestação ocorreu na manhã de hoje, quando o governador chegava ao Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, onde preside uma reunião com os assessores diretos chamada de Escola de Governo. Usando uma bota ortopédica em razão de fraturas no pé esquerdo, fruto de queda de um palanque na quinta-feira, o governador acentuou que, ali mesmo, já tinha determinado o pagamento da participação dos lucros. "Nós vamos dividir o lucro pelo número de funcionários e todos receberão a sua parte, se não me engano qualquer coisa ao redor de R$ 1.650 por funcionário, independentemente de seu salário", disse.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Saneamento (Saemac), havia cerca de 150 pessoas na manifestação. "Quero o ponto cortado, manda fotografar essa gente e corta o ponto e, se insistirem, providenciem a demissão", determinou Requião. "Dizem que a Sanepar não quer cumprir a minha determinação (de pagar a participação nos lucros), se não cumprir eu demito a direção inteira, mas realmente não é o caso." De acordo com o governador, o pagamento deve ser feito até o fim do ano, dependendo do caixa da empresa.

O presidente do Saemac, Gerti José Nunes, disse não acreditar em desconto no salário dos que participaram do protesto. Segundo ele, a manifestação foi encerrada e todos voltaram ao trabalho "a partir do momento em que ele ratificou o pagamento de forma linear até o final do ano, contemplou todos os trabalhadores e sanou qualquer dúvida que porventura existia na cabeça da diretoria da Sanepar".

O pagamento da participação dos lucros estava emperrado legalmente, pois a estatal alega ter dívida de R$ 744 milhões com o governo. No entanto, no final de outubro, Requião assinou um ato de excepcionalidade ao decreto que impedia o pagamento.
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