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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Guerra do tráfico e avanço das milícias aumentaram violência, diz estudo

Um estudo divulgado nesta terça-feira (10) pelo Núcleo de Pesquisa das Violências (Nupevi), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, revela um quadro de avanço da violência na cidade com o domínio de facções criminosas e milicianos em mais de 900 favelas no Rio.


Os pesquisadores afirmaram que a circulação de armas entre essas quadrilhas tem contribuído para o aumento dos índices de homicídios em bairros do subúrbio e da Zona Oeste.

“A nossa conclusão é que a violência não é provocada apenas pela falta de infraestrutura nas comunidades, mas pela corrida armamentista, a facilidade que os criminosos têm em obter armas de fogo e circularem armados nessas áreas”, avaliou a antropóloga Alba Zaluar, coordenadora do estudo.

Apenas 1% é neutra

A pesquisa mostra o avanço das milícias na disputa de territórios com o tráfico. De acordo com o estudo, hoje os grupos paramilitares dominam 41,5% das favelas enquanto a maior facção criminosa do Rio teria uma participação de 40,8%. O restante é dividido entre outras facções e apenas 1% seriam neutras.

“O avanço dessas milícias é impressionante. E isso, sem dúvida, está relacionado com o fracasso da política de segurança pública. Existem muitas armas de fogo disponíveis. É preciso impedir essa expansão, eliminar esses negócios ilegais, que são altamente lucrativos, e restabelecer o estado de direito para que a população acredite mais na polícia”, afirmou a pesquisadora.

A antropóloga apontou bairros como São Cristóvão e Tijuca (Zona Norte), além da maioria das localidades no subúrbio, como os núcleos de violência, onde ocorrem tiroteios constantes e um grande domínio das quadrilhas de traficantes. A maior concentração de milicianos ainda é na Zona Oeste.

Nas áreas dominadas pelo tráfico, segundo a pesquisa, a probabilidade de morte dos jovens entre 15 e 30 anos é a maior da cidade.
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