Membros do partido Movimento pela Itália, da deputada Daniela Santanchè, anunciaram uma greve de fome para pedir a extradição do italiano Cesare Battisti, que na última semana iniciou um protesto semelhante por sua permanência no Brasil.
"Cesare Batttisti foi condenado à revelia à prisão perpétua por ter cometido quatro assassinatos", diz um comunicado assinado por Fabio Sabbatini Schiuma, Paola Marraro e Massimo Larcinese, no qual explicam a realização do protesto.
"Durante o período em que esteve foragido, foi beneficiado pelas legislações dos Estados estrangeiros", continua o texto, que cita como exemplo o benefício concedido ao ex-integrante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo com a "Doutrina Mitterrand", do ex-presidente francês François Mitterrand.
No texto, que relembra as quatro vítimas mortas em ações do PAC, os políticos dizem ainda que "se o Brasil se negar a extraditar para a Itália um criminoso seria uma vergonha".
Battisti, condenado na Itália por quatro homicídios cometidos no final da década de 1970, permaneceu mais de 20 anos na França e no México, antes de chegar ao Brasil em 2004. Ele foi preso no Rio de Janeiro em 2007 e desde então permanece detido.
Em janeiro deste ano, o italiano foi beneficiado pelo governo brasileiro com o status de refugiado político. Agora, o pedido de extradição apresentado pela Itália é analisado pelo Supremo Tribunal Federal, onde a votação está empatada.
Na última semana, em uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-militante de esquerda anunciou uma greve de fome, por não lhe "restar outra alternativa".
Segundo o senador José Nery (PSOL-PA), Battisti entrou em "greve total de fome". Por sua vez, o presidente, ao saber do caso, desaconselhou o italiano a realizar este tipo de protesto.
Ontem, o presidente da associação de vítimas do terrorismo Domus Civitas, Bruno Berardi, também anunciou uma greve de fome, com o objetivo de "sensibilizar a opinião pública e a Alta Corte brasileira, que julga o processo de extradição, para que envie a nosso país o homicida Cesare Battisti".