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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Ciro Nogueira diz à Justiça que desconhece mensalão e elogia João Paulo Cunha

Ex-integrante da Mesa Diretora da Câmara durante o escândalo do mensalão, o deputado Ciro Nogueira (PP-PI) negou nesta terça-feira que tivesse conhecimento de qualquer esquema de compra de votos de parlamentares em troca de apoio a projetos de interesse do Executivo no Congresso.


Em depoimento à Justiça Federal como testemunha do processo do mensalão, Ciro afirmou que achava "difícil montar um esquema de compra de votos em longa escala".

Corregedor da Câmara na época do escândalo, Ciro coordenou o trabalho da comissão de sindicância que investigou a suspeita de envolvimento de deputados em esquema de corrupção nos Correios e as denúncias do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de que parlamentares teriam recebido "mesada" em troca de apoio ao governo.

Segundo Ciro, as reformas tributária, previdenciária e do setor elétrico realizadas no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva envolveram muita negociação, mas sem nenhum repasse financeiro.

"A base do governo era bastante ampla. Acho muito difícil de ter acontecido a compra de votos para a aprovação de matérias. Eram reformas difíceis assim como nas reformas do governo anterior, como no caso das privatizações", disse.

Ciro confirmou que conheceu o publicitário Marcos Valério, apontado como operador do mensalão. O publicitário teria se apresentado após o ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) ter sido eleito presidente da Câmara --Ciro é considerado afilhado político de Severino.

O deputado fez elogios ao colega João Paulo Cunha (PT-SP), um dos réus do mensalão, e saiu em defesa de sua gestão à frente da Câmara. "Um homem corretíssimo. Um dos melhores presidentes que nós tivemos. Comprometido com o bom funcionamento da Casa. Durante seu período tivemos o crescimento da imagem da Casa", disse.

Acusação

O ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza ofereceu denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) em abril de 2006 contra 40 suspeitos de participarem de um suposto esquema de compra de votos de parlamentares da base aliada o mensalão.

Em agosto de 2007, os ministros do STF acataram a denúncia e transformaram os suspeitos em réus.

Entre os denunciados estão os ex-ministros Luiz Gushiken (Comunicação do Governo), Anderson Adauto (Transportes) e José Dirceu (Casa Civil), além do empresário Marcos Valério, os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP) e o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
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