Centenas de aposentados e pensionistas ocuparam esta  terça-feira os saguões do Congresso Nacional para pedir que os deputados votem a Proposta de Lei Complementar (PLP) 01/07. A matéria põe fim a fator previdenciário, que é, segundo os manifestantes, o responsável pela defasagem nas pensões e aposentadorias.

A proposta foi aprovada à tarde pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O projeto original do senador Paulo Paim (PT/RS),porém, pode ser derrubado pelo base de apoio ao governo na votação no Plenário da Casa. A oposição também é contra a proposta, pois está de olho nas próximas eleições presidenciais e não deseja ter esta conta para pagar.

O que deve ser aprovada é uma fórmula alternativa que traz mudanças ao cálculo das aposentadorias. A nova proposta, de autoria do deputado Pepe Vargas (PT/RS), prevê a somatória da idade do trabalhador com o período de contribuição para a aposentadoria.

Na opinião da Diretora da Federação dos Aposentados e Pensionistas do Mato Grosso (Fedapi), Adelfina Barbosa de Souza, o fator previdenciário foi criado para retardar os pedidos de aposentadoria. De acordo com a dirigente, fator é um índice colocado sobre o resultado da soma da idade com o tempo de contribuição. "Ele reduz em 40% o valor das aposentadorias", alega.

Adelfina afirma que ganhava cerca de oito salários mínimos quando se aposentou. "Hoje o que eu recebo não chega nem a quatro", protesta.

O grupo exige o mesmo reajuste que é concedido ao salário mínimo, ou seja, o índice usado é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) somado a 50% do Produto Interno Bruto (PIB). "Hoje para aposentados, o reajuste só é corrigido pela inflação", lamenta. Além disso, os aposentados querem receber a diferença entre o reajuste do salário mínimo e o das aposentadorias desde 1998, ano de implantação do cálculo vigente.