Militantes dos movimentos italianos Ação Universitária e Jovem Itália realizavam hoje um protesto em frente à sede do Consulado do Brasil em Florença para pedir a extradição do ex-ativista de esquerda Cesare Battisti.

Condenado na Itália à prisão perpétua pela morte de quatro pessoas e considerado terrorista em seu país, Battisti aguarda a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que retomou hoje o julgamento sobre o pedido de extradição apresentado pelo Estado italiano.

"Esperamos a extradição de Battisti porque achamos que é injusto que o presidente do Brasil e o povo brasileiro protejam um ex-terrorista que assassinou pessoas semeando a dor em seu país", declararam os jovens da cidade italiana.

Preso no Brasil em 2007, onde estava foragido desde 2004, o ex-militante do grupo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo) foi beneficiado em janeiro passado, pelo ministro Tarso Genro (Justiça), com o status de refugiado político.

Na ocasião, Tarso considerou que na Itália Battisti correria um "fundado risco de perseguição política". Já no STF, o relator do processo, Cezar Peluso, argumentou que a concessão do refúgio é ilegal.

"O ato é ilegal e ineficaz e não pode se opor à extradição", disse o ministro no último dia 9 de setembro. Além de Peluso, outros três ministros se pronunciaram a favor da extradição e quatro contra, o que empatou a votação. A decisão agora está nas mãos do presidente do Supremo, Gilmar Mendes.

Hoje, na terceira audiência sobre o caso, os membros do STF poderão ainda determinar se caberá ao Executivo o parecer final. Em visita a Roma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou se pronunciar, afirmando que o processo está nas mãos dos magistrados.