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Sexta-feira, 10 de maio de 2024

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Caso Battisti: Satisfação na Itália com o veredicto da justiça brasileira

O Ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, manifestou nesta quarta-feira, em Roma, a "grande satisfação" de seu país com a decisão favorável do Supremo Tribunal Federal brasileiro de extraditar o ex-militante de extrema esquerda Cesare Battisti.


"Meu primeiro pensamento se dirige às famílias das vítimas de Battisti, que veem, enfim, reconhecido seu direito legítimo de obter justiça", declarou o ministro em comunicado.

"Espero que pague por seus crimes", declarou à imprensa o italiano Adriano Sabbadin, filho do açougueiro Lino, assassinado em 1979 por militantes da organização Proletários Armados para o Comunismo (PAC), o grupo que Battisti liderava.

"É um veredicto justo. Se Battisti ficasse lá seria como se matassem duas vezes nossos entes queridos", comentou.

Os juízes brasileiros estão definindo, agora, se a última palavra neste caso caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ou se bastará a resolução do Supremo. A decisão não será proclamada, até que seja definido esse item.

A sentença favorável do tribunal brasileiro foi aplaudida pelo parlamento italiano

A rápida reação da Itália foi interpretada como uma forma a mais de pressão ao presidente Lula, que se reuniu segunda-feira, em Roma, com o chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, depois de participar da cúpula sobre a fome da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

Ao final do encontro, Lula deixou entender, segundo a imprensa italiana, preferir que a decisão definitiva fosse tomada pela justiça, sem que ele, presidente, precisasse intervir.

"O veredicto põe um fim à profunda amargura suscitada na opinião pública italiana pela decisão de conceder estatuto de refugiado a alguém culpado de uma tão incompreensível violência homicida", assegurou Frattini em comunicado.

"Não tenho dúvidas de que o chefe de governo de um país amigo acatará a decisão do Supremo Tribunal. Trata-se de uma simples formalidade", assegurou por sua vez o ministro da Defesa, Ignazio La Russa.

O ex-militante de extrema esquerda refugiou-se nos anos 80 na França e fugiu para o Brasil em agosto de 2004 para escapar justamente de uma extradição para a Itália. Detido em 2007 no Rio de Janeiro, está preso em Brasília.

A Itália exige Battisti, condenado à prisão perpétua à revelia por quatro mortes cometidas nos anos 70. O Brasil havia concedido a ele, em janeiro, o estatuto de refugiado político, provocando um clima de forte tensão diplomática com Roma.

Battisti, 54 anos, nega as mortes pelas quais é acusado e iniciou na sexta-feira passada uma greve de fome em sua cela, em Brasília, afirmando que "não voltará vivo à Itália".
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