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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Opinião: Escolas não devem usar a pré-escola para antecipar a primeira série

As pré-escolas vão além de serem um lugar para as mães deixarem seus filhos quando saem para trabalhar. Para isso, existem as creches. Elas são um lugar organizador do brincar de modo a propiciar um aproveitamento desta atividade e, consequentemente, o desenvolvimento mais efetivo das crianças. Elas, inclusive, podem ter um significado positivo no combate ao fracasso escolar.


Sete anos

Aqui no Brasil, no entanto, o ensino era obrigatório a partir da primeira série do ensino fundamental, quando então a criança encontrava-se com cerca de sete anos. A pré-escola, portanto, era um privilégio daqueles que podiam pagar, não sendo oferecido pelo estado. Assim, as crianças das classes menos favorecidas não tinham as mesmas condições educacionais que as outras, entrando mais tarde na escola e sem a escolarização prévia, bastante necessária para o seu futuro acadêmico. Pouco democrático.

Pensando em aumentar o número de crianças incluídas no sistema educacional, o MEC ampliou o ensino fundamental de oito para nove anos. Para tanto, as crianças entrarão na escola obrigatoriamente com seis anos no que se passará a chamar primeiro ano do ensino fundamental. A antecipação de sete para seis anos visa, segundo as orientações do ministério, propiciar uma escolarização mais construtiva, não se tratando de antecipar para o primeiro ano as atividades da primeira série.

No entanto, mesmo sem essa mudança, já se observava que muitas escolas usavam o último ano do período pré-escolar para antecipar a primeira série. Não há a mínima necessidade disso. Não é o momento de a criança levar de maneira tão regrada e séria a alfabetização e a matemática.

As escolas parecem querer mostrar competência alfabetizando seus alunos cada vez mais cedo. E os pais, com medo que seus filhos fiquem para trás, também estão exigindo isso das instituições. Porém, o preço é alto para as crianças, que estão tendo que dar algo que ainda não está de acordo com seu desenvolvimento e amadurecimento. Estão tendo que amadurecer na marra.

Hoje em dia, crianças bem pequenas, de cinco ou seis anos, parecem pequenos adultos. Falam e se comportam como tal. Recebem críticas por isso, quando, é claro, esses comportamentos não interessam. Sem dizer que, logo no início da escolarização formal, já estão cansados dos compromissos acadêmicos.

Ora, vamos deixar as crianças crescerem e se desenvolverem de acordo com suas possibilidades. E isso quer dizer que muito do que aprendem, inclusive a alfabetização e a matemática, pode e deve ser por meio do brincar.

Não vamos apressá-las. Elas terão a vida toda para serem adultas e pouquíssimo tempo para a infância.
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