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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

Notícias | Mundo

Sudanesa condenada a chibatadas por calça usou véu para fugir

A jornalista Lubna Ahmed al Hussein, 35, condenada recentemente a receber chibatadas no Sudão por usar uma calça comprida revelou nesta terça-feira, em Paris, que recorreu ao véu islâmico integral, o niqab, para fugir de seu país. "Quiseram me impedir de sair, então recorri ao niqab e saí mesmo assim. [...] Tive que fazer isso porque tinham me proibido de viajar."


Em Paris, a jornalista foi recebida pelo ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, que elogiou a sua luta "importante para as mulheres árabes e africanas". "Ela teve a coragem de seguir adiante com a sua rebelião, para que as mulheres não sejam detidas e chicoteadas. Esta mulher de simplicidade heroica é um modelo", enalteceu o ministro.

Com Kouchner, Lubna denunciou novamente as violações dos direitos humanos cometidas pelo regime do presidente sudanês, Omar al Bashir. "Dezenas de milhares de mulheres são punidas com chicotadas por roupas que não forem consideradas apropriadas, em virtude uma lei do governo em Cartum", declarou.

A jornalista disse ter perguntado para os juízes de onde vinha o artigo do Código Penal condenando o uso de calças compridas pelas mulheres. "Eles responderam que vem da sharia [lei islâmica]. Pedi então que me mostrassem o texto que justificasse essa repressão contra as mulheres por causa de suas roupas, mas eles não conseguiram fazer isso porque não existe tal disposição. Só existe na cabeça deles", contou.

O julgamento de Lubna teve repercussão mundial. A jovem escreveu um livro intitulado "Quarenta Chicotadas por uma Calça".
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